Secretário afastado rebate acusações e diz que operação é um “abuso da PF”
O secretário de Saúde de Alagoas, Gustavo Pontes de Miranda, comentou nesta terça-feira (16) o afastamento do cargo determinado pela Justiça. Em nota, o médico afirmou que nunca cometeu “absolutamente nenhum ilícito penal”.
Segundo ele, são mais de 30 anos dedicados à medicina e à atividade empresarial, sem jamais ter sido citado em investigações de natureza criminal. Gustavo declarou que sempre pautou sua trajetória no compromisso de salvar vidas, tanto na iniciativa privada quanto no serviço público.
Na nota, Pontes de Miranda faz críticas à atuação da Polícia Federal, afirmando que a operação demonstra um “abuso de autoridade”. Ele sustenta que a PF extrapolou os limites de suas atribuições institucionais.
O secretário também alega que a ação persecutória não apresenta “o mínimo indício de competência da esfera federal”. Reforça ainda que a aplicação de recursos públicos durante sua gestão sempre ocorreu de forma transparente, com contas abertas à fiscalização e à consulta pública.
Gustavo Pontes de Miranda destacou esforços para promover avanços na saúde pública do estado, citando como exemplo a construção de uma unidade hospitalar em Palmeira dos Índios, realizada, segundo ele, exclusivamente com recursos estaduais.
A decisão que determinou o afastamento foi proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que também autorizou o sequestro de bens dos investigados, incluindo veículos e imóveis de alto valor.
O afastamento do secretário foi fixado pelo prazo de 180 dias e cumprido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Estágio IV. O governador Paulo Dantas acatou a decisão judicial.
A Operação Estágio IV apura suspeitas de lavagem de dinheiro e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). As investigações indicam que os prejuízos podem se aproximar de R$ 100 milhões, envolvendo possíveis irregularidades em contratos emergenciais e ressarcimentos considerados fraudulentos.
