Renan Calheiros defende nome de Paulão para disputar vaga no Senado

Contrariando algumas especulações e expectativas, a pretensão do deputado Paulão (PT) de sair candidato a Senador em 2026 recebeu o aval do grupo aliado nos últimos dias. Repercutiu desde a última quinta-feira (4), o posicionamento do Senador Renan Calheiros (MDB) sobre o tema. Ele afirma considerar Paulão um quadro relevante da política alagoana e defende que ele seja candidato em 2026, mas mantém a possibilidade tanto para o Senado quanto para a Câmara.
“Jamais coloquei qualquer objeção a uma candidatura de Paulão. Não é do meu estilo estabelecer vetos ou criar dificuldades para aliados. Sempre tratei com respeito todos os que caminham conosco na política alagoana”, afirma o senador.
Como presidente do MDB, Renan Calheiros defende através da nota a autonomia de todos os partidos.
“A assessoria do senador Renan Calheiros esclarece que o parlamentar não se propõe a vetar, direta ou indiretamente, qualquer candidatura no Estado de Alagoas. Não faz parte de sua prática política interferir em decisões internas de outras siglas nem estabelecer restrições à livre disputa eleitoral. Renan sempre sustentou que a formação de chapas e a escolha de nomes devem refletir a vontade dos partidos e dos respectivos eleitores, sem imposições externas”, informou em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
Antes, nos bastidores, chegou a ser ponderado que uma candidatura do petista desagradaria Renan por ter o risco de dividir os votos, já que historicamente o PT vem nos últimos pleitos pedindo votos para o atual senador.
Por parte da direção estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), a candidatura é consenso, segundo o deputado Ronaldo Medeiros, presidente da legenda. “O PT estadual apoia totalmente essa candidatura. Tem que se trabalhar, claro, nacionalmente, porque também é uma candidatura maioritária e o PT é um partido nacional. Mas aqui, ela está mantida”.
Ronaldo reforça que há espaço para candidatura própria e alianças. “A eleição de senador [em 2026] são dois senadores eleitos, e aqui nós podemos ter perfeitamente um senador da Federação [Brasil da Esperança, junto com PV e PCdoB], do PT, que é o deputado Paulão, e apoiar um senador aliado, nesse caso deve ser o senador Renan, nessa dupla, nessa parceria. O partido do Lula precisa ter aqui no estado uma candidatura”.
Mas ele faz a ressalva, sobre a vontade do candidato. “Depende muito do deputado Paulão também, da vontade dele. Porque a vontade do partido é tê-lo como candidato, não tem nenhum problema, pelo contrário, o partido é unido, é unânime nessa posição”.
O projeto de concorrer ao senado é um projeto sobre o qual Paulão fala abertamente desde 2023. “Sou candidato a Senador, disso não abro mão, sou candidato irreversível”, disse ele à época em entrevista à nossa reportagem no final do primeiro ano de mandato de Lula. O parlamentar mencionou, na mesma ocasião, que buscaria o apoio do aliado histórico do MDB. “São duas vagas, o MDB a gente sempre apoiou, e espero ter apoio agora. Por que o PT não pode ser candidato? A gente só serve para dar apoio? Eu vejo muita timidez no campo da esquerda, a esquerda precisa ter protagonismo, deixar de ser coadjuvante”.
Pelo menos no discurso público, há convergência com a direção nacional do PT. Há meses o presidente Lula (PT) tem cobrado do partido e dos aliados um empenho maior em ampliar a bancada no Senado. Em seu discurso durante o Encontro Nacional do PT, logo após as eleições internas, ele lembrou.
“Nós precisamos agora fazer uma eleição em 2026 e eleger uma maioria de senadores. Nós temos que prestar atenção nisso. Nós temos que prestar atenção nisso. Os nossos senadores, nós temos quase todos [disputando a] reeleição. Eles, não. Eles já têm 25 senadores. Se eles elegerem 17, eles vão para 41 e vão fazer maioria no Senado”.


