Empresário Sérgio Murilo é preso na Operação Juros de Sangue, acusado de liderar esquema de agiotagem e extorsão em AL
A Polícia Civil de Alagoas prendeu, nesta quinta-feira (27), o empresário Sérgio Murilo, de 56 anos, apontado como o principal investigado da Operação Juros de Sangue. A ação ocorreu nas primeiras horas da manhã, com equipes cumprindo mandados simultâneos em Maceió e Palmeira dos Índios. Murilo foi detido nesta manhã.
A operação mobilizou agentes da 5ª Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, Dinpol, Oplit, GEAI, DRACCO e SAER. De acordo com as investigações conduzidas pelo delegado Rodrigo Temoteo e coordenadas pelo delegado Bruno Tavares, Sérgio Murilo teria chefiado um esquema de agiotagem que se estendeu por cerca de um ano e meio, entre o fim de 2023 e julho de 2025.
O caso começou quando a vítima procurou o empresário para um empréstimo de R$ 20 mil. O valor, entretanto, tornou-se impagável devido às cobranças consideradas abusivas e reajustes ilegais. Mesmo após pagar mais de R$ 45 mil, a vítima continuava sendo pressionada. O comportamento teria evoluído para extorsão, com ameaças, perseguições e tentativas de forçar novos empréstimos. Segundo a polícia, mensagens mostram o empresário simulando influência sobre autoridades para intimidar ainda mais a vítima.
O episódio mais grave ocorreu durante a madrugada, quando um homem invadiu a casa da vítima, dizendo estar armado e danificando dois veículos da família. O invasor fugiu em um carro. Somados, os prejuízos ultrapassam R$ 90 mil.
As investigações revelaram ainda indícios de lavagem de dinheiro. Para ocultar patrimônio, Sérgio Murilo movimentava valores em contas de familiares e registrava bens em nomes de terceiros. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados judiciais, incluindo a prisão preventiva do empresário, buscas em residências e apreensão de veículos. Os automóveis recolhidos estão avaliados em aproximadamente R$ 560 mil, enquanto o bloqueio de valores chega a R$ 331 mil — quase R$ 890 mil em bens constritos.
A Polícia Civil segue reunindo provas e analisando documentos apreendidos para identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar o esquema que, segundo as investigações, era comandado por Sérgio Murilo.







