Líder do Solidariedade em AL, Adeilson Bezerra critica demarcação e defende judicialização do caso Xucuru-Kariri

O Adeilson Bezerra, presidente do Solidariedade em Alagoas

 

Por Luciano Cardeal

 

 

O presidente do Solidariedade em Alagoas, advogado Adeilson Bezerra, afirmou que o partido assumiu protagonismo nacional ao ingressar judicialmente contra procedimentos relacionados ao marco temporal e às demarcações de terras indígenas. Segundo ele, a iniciativa partiu de um pedido feito ao presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, por entender que partidos políticos e entidades de classe têm legitimidade constitucional para atuar nesses processos.

Bezerra destacou que, diferentemente de posicionamentos anteriores restritos ao discurso político, o Solidariedade decidiu agir. “Era necessário adotar medidas concretas em Brasília. A judicialização demonstra que estamos no jogo”, declarou, defendendo que é fundamental protocolar para dar segurança jurídica às comunidades envolvidas.

O dirigente relatou ainda que, em reunião com o ministro Gilmar Mendes, ouviu que houve falha por parte de grupos locais ao não recorrer ao Judiciário anteriormente. Bezerra afirmou já ter protocolado ações tanto na capital federal quanto na 8ª Vara em Alagoas, sustentando que propriedades devidamente registradas em cartório merecem reconhecimento jurídico dentro da discussão sobre o marco temporal.

Ele classificou a situação de Palmeira dos Índios como “um dos maiores exemplos de injustiça no país”, citando casos em que, segundo ele, áreas consolidadas foram divididas de maneira arbitrária. Bezerra também criticou laudos antropológicos, que, segundo sua avaliação, teriam sido elaborados com imprecisões e critérios duvidosos.

O presidente do Solidariedade defendeu que a solução para conflitos fundiários exige mesas de conciliação, especialmente quando há risco de violência. Ele ressaltou a atuação da classe política local e dos produtores rurais, que, segundo ele, têm evitado que a tensão resulte em tragédias.

Bezerra também comentou denúncias feitas contra ele à Polícia Federal, alegando que as acusações ignoram registros públicos de suas declarações em rádio, onde, afirmou, orientou para que não houvesse invasão de residências e que o trabalho das autoridades fosse respeitado. “É um constrangimento grande para todos, mas trata-se de uma ação sem eficácia”, disse.

Ele concluiu afirmando confiar que o Judiciário reconhecerá os direitos dos moradores da região. “Tenho certeza de que a Justiça deste país dará razão a quem já está estabelecido e tem sua vida construída ali”, declarou.

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