Crônica: A pressa é inimiga do sangue
Bastou Marina Cintra dizer, com todas as letras, que estava com JHC, que os irmãos dela entraram em combustão espontânea.
Não esperaram contexto, explicação, nuance. Nada. Apenas reagiram.
E reagiram mal.
Foi uma precipitação tão grande que parecia que o mundo político ia desabar na cabeça da família Cintra. Os irmãos, temendo perder a aliança confortável com o ex-cunhado Paulo Dantas, correram para as redes como quem corre para apagar um incêndio, só que, no caso deles, correram para acender mais um.
Criticaram, pressionaram, insinuaram, trataram a posição da irmã como se fosse uma ameaça à estrutura política que eles ajudaram a construir. A política virou altar; Marina, a heresia.
A ironia?
Enquanto eles travavam guerra em público, Marina estava em paz, e com a agenda dela.
No mesmo período, lá estava ela na formatura da filha Luiza, dividindo espaço com o governador Paulo Dantas, seu ex, e a atual dele, Dra. Julia Brito. Sorriso no rosto, foto na parede, convivência madura. Um momento de trégua real, enquanto os irmãos fabricavam batalhas imaginárias.
A crítica fica clara, os irmãos brigam por política.
Marina vive a vida.
Eles temem perder influência.
Ela apenas escolheu um lado, o dela.
E enquanto os irmãos interpretavam o gesto como afronta, Marina mostrava que posicionamento político não destrói família; o que destrói é o desespero de transformar parentes em peças de tabuleiro.
A precipitação dos irmãos revelou muito mais sobre eles do que sobre Marina:
* medo exagerado;
* apego ao ex-cunhado como se fosse patrimônio;
* incapacidade de aceitar que a irmã tem autonomia;
* e uma boa dose de vaidade travestida de preocupação.
Na guerra deles, Marina era o problema.
Na vida dela, não havia guerra nenhuma.
E na formatura de Luiza, sob o brilho que nem a política apaga, a imagem foi cristalina: enquanto a família brigava em nome de alianças, Marina — ao lado do ex e da atual dele — mostrava que existe um tipo de maturidade que não se aprende em palanque. A política corre por fora!
No fim, a história é simples, os irmãos lutaram para salvar uma aliança.
Marina lutou apenas pelo direito de ser ela e apoiar quem quer.
Ser independente, é um ato quase que revolucionário.




