Investigação revela 19 postos ligados a esquema de lavagem do PCC
A Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva já realizada contra o crime organizado no Brasil, trouxe à tona uma lista com 19 postos de combustíveis citados pela Justiça de São Paulo como supostamente ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com a Receita Federal, a facção teria usado uma rede de cerca de 1.000 postos em dez estados para lavar dinheiro, movimentando R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O esquema envolvia pagamentos em espécie, operações disfarçadas em máquinas de cartão e até adulteração de combustíveis.
Principais envolvidos
-
Armando Hussein Ali Mourad aparece como proprietário de sete postos. Ele é irmão de Mohamad Hussein Mourad, apontado como peça-chave para a expansão patrimonial da facção.
-
Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza e Alexandre Motta de Souza foram citados por fraudes em bombas e adulteração de combustível, com estabelecimentos em Campinas e Praia Grande (SP).
-
Renan Cepeda Gonçalves, considerado um operador estratégico, está ligado a quatro postos da Rede Boxter, oficialmente registrados em nome de Tharek Majide Bannout, também alvo da operação.
Outros estabelecimentos mencionados
-
Auto Posto Texas (Catanduva – SP), em nome de Gustavo Nascimento de Oliveira.
-
Auto Posto Bixiga (São Paulo – SP), suspeito de receber metanol para adulteração.
-
Auto Posto S3 Juntas (São Paulo – SP), de Ricardo Romano, investigado por lavagem de dinheiro.
-
Auto Posto S-10, associado a José Carlos Gonçalves, o “Alemão”.
-
Auto Posto Elite de Piracicaba, registrado em nome de Pedro Furtado Gouveia Neto, mas vinculado a Mourad.
Impacto da operação
A ofensiva contra o esquema resultou em mandados cumpridos em 350 endereços, bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens e a desarticulação de uma fintech que funcionava como “banco paralelo” da facção, responsável por movimentar sozinha R$ 46 bilhões.
As investigações continuam, e os órgãos envolvidos afirmam que novas fases podem ampliar a lista de estabelecimentos e pessoas ligadas ao PCC no setor de combustíveis.