Quadrilha que lesava idosos com empréstimos fraudulentos é desarticulada em Maceió
A Polícia Civil de Alagoas, por meio da Dracco (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), desarticulou nesta manhã uma quadrilha especializada em fraudar empréstimos consignados, principalmente em nome de idosos residentes em Maceió. A operação foi batizada de “Falso Consignado”.
O Esquema
Utilizando documentos falsificados, como CPF e fotos de beneficiários aposentados, os criminosos conseguiam cadastrar os idosos no sistema Gov.br e contratar empréstimos consignados sem autorização das vítimas. Esses valores eram direcionados para contas de laranjas, que depois repassavam o dinheiro ao líder do grupo ou a seus comparsas.
Segundo as investigações, um único banco teve prejuízo estimado em mais de R$ 500 mil, enquanto o montante acumulado em golpes já identificados ultrapassa R$ 1 milhão. Há suspeita de que o valor real seja ainda maior, já que cerca de R$ 8 milhões em créditos suspeitos foram movimentados por apenas cinco investigados nos últimos dois anos.
Ação Policial
Na operação, foram cumpridos 15 mandados de busca em bairros como Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa. Também foi efetuada a prisão preventiva do líder do grupo, atualmente detido em um Presídio de Segurança Máxima por homicídio qualificado, que agora também responderá por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Estrutura e Violência
A quadrilha tinha estrutura hierárquica bem definida: setores para falsificação de documentos, recrutamento de laranjas e criação de empresas fictícias. O líder se apresentava como construtor de imóveis para mascarar o verdadeiro objetivo da organização.
Além das fraudes financeiras, o grupo também atuava com violência. Uma das vítimas, utilizada como laranja, foi executada em Marechal Deodoro, em maio de 2024, após tentar denunciar o esquema. As investigações também apontam que o líder planejava o assassinato de sua ex-esposa.
Desdobramentos
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa seguirá com as investigações para apurar possíveis ligações dos presos com outros crimes violentos. A ação evidencia o risco crescente das fraudes online, sobretudo contra a população mais vulnerável, como os idosos.