Sindicato ligado ao irmão de Lula é investigado por suposto esquema de “caixinha” no INSS
Esquema milionário
Investigações apontam que dirigentes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) teriam se beneficiado de um esquema de comissões pagas por uma empresa contratada para gerir descontos em benefícios do INSS. Os repasses somam ao menos R$ 4,1 milhões entre 2020 e 2023.
Beneficiados
Entre os favorecidos aparecem familiares de dirigentes do sindicato. A esposa do presidente do Sindnapi, Milton “Cavalo” Baptista de Souza, figurou como sócia da empresa responsável pelos repasses até meados de 2024. Outro envolvido é um advogado casado com a atual diretora jurídica da entidade, que já atuou em órgãos ligados à Previdência.
Crescimento expressivo de arrecadação
Em 2020, o Sindnapi arrecadou cerca de R$ 23 milhões com descontos em benefícios de aposentados. Já em 2024, esse valor saltou para R$ 154,7 milhões, um aumento de mais de 560%.
O pagamento de comissões à empresa gestora também cresceu: em 2020, foram R$ 340 mil; em 2022, ultrapassaram R$ 1 milhão.
Adesões em massa
Grande parte das novas filiações ao sindicato foi registrada por meio de parcerias com instituições financeiras. Em 2022, apenas 0,7% das adesões ocorreram diretamente com o Sindnapi, enquanto mais de 106 mil pessoas se associaram por intermédio de bancos e financeiras.
Em apenas um mês de 2023, foram 67 mil novos filiados, gerando repasses milionários para a empresa contratada.
Operação e omissões
O Sindnapi é alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em 2025, que investiga fraudes em descontos automáticos feitos sem autorização expressa dos aposentados. Apesar do volume de provas, o caso ainda não resultou em ações concretas por parte dos órgãos de controle, que seguem avaliando as medidas cabíveis.