Olho Vivo! Interesses acima de tudo: a visão pragmática de Júlio Cezar sobre a política
Em entrevista recente a um portal de notícias alagoano, o ex-prefeito de Palmeira dos Índios e atual secretário de Estado de Relações Federativas e Internacionais de Alagoas, Júlio Cezar, expôs uma visão pouco idealista — mas bastante reveladora — da política local. Segundo ele, o que junta um político ao outro são os interesses, frase que levanta sérias preocupações sobre os princípios que guiam as alianças e decisões de quem ocupa cargos públicos.
Vereador por um mandato e prefeito por dois, Júlio Cezar relembrou na entrevista sua trajetória de transição da comunicação para a política, durante o governo de Ronaldo Lessa. Mas foi na gestão do ex-governador Teotônio Vilela Filho que ele se projetou para a política. Inclusive, se filou ao PSDB e concorreu à eleição para governador, em 2014, pelo partido tucano do padrinho político.
A entrevista revelou um perfil mais centrado em conveniências do que em ideais. A sua declaração de que “não há inimigos na política, apenas adversários” reforçou o discurso da diplomacia. No entanto, ao admitir abertamente que os interesses são o que une os políticos — sem fazer qualquer referência ao interesse público, à ética ou aos compromissos com a população — Júlio Cezar escancara um dos maiores males da política brasileira: o comportamento em troca de benefícios. Trocando em miúdos, o famoso “toma lá, da cá”.
Em um país com histórico de desigualdades sociais, corrupção e fragilidade institucional, é preocupante que uma autoridade estadual adote como natural a ideia de que o jogo político é movido prioritariamente por interesses, levando a uma séria reflexão que esse pensamento pode estar ligado a favorecimentos pessoais ou partidários. E você? Qual a sua opinião sobre isso?