Empresas e moradores do DF mobilizados pelo Rio Grande do Sul

 

No Distrito Federal, brasilienses se mobilizam para enviar doações ao Rio Grande do Sul, por meio dos pontos de arrecadação espalhados pela capital federal (veja o QR Code). Os gaúchos que aqui vivem acompanham, com o coração apertado, a situação enfrentada por familiares e amigos em sua terra natal.

  • Corrente solidária para o povo gaúcho toma conta da capital do país
  • Desastre atinge 15% da população do Rio Grande do Sul
  • Rio Grande do Sul terá dívida suspensa e crédito para as vítimas

Rosana Blanke Piva, 53 anos, vive há 13 anos em Brasília e luta para trazer a mãe para morar em sua casa, na Asa Sul. Aos 81 anos, Valquiria Ovalle Blanke passou 10 dias sem sair do sobrado onde mora no bairro Humaitá, em Porto Alegre, perto do Rio Guaíba. “No último domingo de abril, minha mãe disse que estava chovendo muito. Na terça, ela estava ficando sem mantimentos. Na quarta, ainda consegui pedir para entregar comida na casa dela. Na sexta, as ruas do condomínio já estavam alagadas e, no último sábado, os carros não conseguiam mais passar”, descreve a nutricionista. A partir daí, começaram a chegar as notícias de que o bairro precisava ser evacuado.

Pouco depois das 14h30 de 4 de maio, Rosana não teve mais contato com Valquiria. “À noite, uma vizinha me manda mensagem dizendo que tinha perdido minha mãe”, recorda. “Depois, começaram a chegar mensagens de que ela estava trancada no segundo andar da casa, gritava da janela que não ia sair”, relembra.

“Na segunda-feira, uma lancha foi ao condomínio e um casal de vizinhos a convenceu a ir junto”, disse. Nessa quarta-feira (8), Valquiria estava em Capão Novo, no litoral gaúcho, com o irmão de Rosana. “Estamos tentando conseguir um voo para ela na base aérea de Canoas, ou eu vou para Santa Catarina, alugo um carro e tento buscá-la”, completa Rosana.

Mobilização

O Atacadão Dia a Dia, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), vai doar cestas básicas e galões de 5 litros de água para ajudar as vítimas das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo o presidente do conselho, Branco Amaral, os mantimentos chegaram à Base Aérea de Brasília na última terça-feira e serão descarregados na Base Aérea de Canoas, onde serão direcionados para o destino correto.

“Nesse momento delicado, nos solidarizamos com todo o povo gaúcho e focamos nossa energia naquilo que é urgente agora. Queremos atuar na necessidade das pessoas com aquilo que conseguirmos fazer, com tudo o que estiver ao nosso alcance”, destaca Branco. A distribuição dos alimentos será coordenada in loco.

Na rua dos Restaurantes, na 404 Sul, não param de chegar pessoas em carros, caminhões e picapes com donativos. A Galeteria Serrana pendurou uma placa para incentivar a doação de roupas e de mantimentos. O restaurante começou no último sábado, por iniciativa do proprietário Luziano de Oliveira, 55, que é gaúcho, nascido em Júlio de Castilhos, e mora há 28 anos em Brasília. “Mesmo que a minha cidade esteja a mais de 2.260km de distância, o coração ainda dói. Tem gente que está sem comida, dormindo no meio das ruas. Precisamos nos unir para ajudar”, enfatiza.

Luziano contabiliza que, até essa quarta-feira (8), foram 15 toneladas de doações enviadas à FAB — incluindo roupas, cestas básicas e água. A Polícia Militar auxilia no transporte. A unidade da 706 Norte da galeteria também está arrecadando doações.

O instituto Sou Peça Rara, do brechó Peça Rara, levou 40 caixas de roupas femininas e infantis para a Galeteria, cada uma com 40 a 60 peças. Todas as unidades da franquia estão arrecadando doações.

Voluntários

Um grupo formado por 18 bombeiros civis, socorristas e salva-vidas do DF procura uma forma de chegar ao RS para ajudar. Samuel Souza, um dos responsáveis pelo “BCDF Ajuda Humanitária RS”, procurou diversas instituições. “Não há voos da FAB ou de qualquer outra organização para transportar voluntários de Brasília para o Sul”, explica o bombeiro civil.

Com o apoio do grupo paulista  Missão RS Bombeiro Veterano Voluntário — Ajuda Voluntária, os profissionais pretendem se deslocar até São Paulo, onde irão embarcar no ônibus fretado pelos parceiros para ir ao Sul. Quem puder ajudá-los a prestar socorro nas cidades gaúchas alagadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *