Conselho alerta para perigos da automedicação em campanha

 

O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), em parceria com o Conselho Federal de Farmácia, lançou, nesse domingo (5), a campanha do Uso Racional de Medicamentos, com o tema sobre a resistência dos microrganismos aos antimicrobianos. Somente em Alagoas, 470.987 unidades de medicamentos foram consumidos de março de 2019 a fevereiro de 2024.

O alerta do conselho acontece devido ao uso indiscriminado de medicamentos, levando a morte de 4,95 milhões de pessoas em todo mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)

Os dados apontam que, no Nordeste dp Brasil, 7.529.814 unidades de medicamentos foram consumidos entre março de 2019 e fevereiro de 2024. Essa influência ficou ainda mais clara quando foi analisado o crescimento nas vendas do antibiótico azitromicina, que integrou o chamado “kit covid”, junto com a hidroxicloroquina, ivermectina, dexametasona e vitaminas C e D.

Segundo o presidente do CRF/AL, Daniel Fortes, o consumo indiscriminado de antimicrobianos representa uma grave ameaça à prevenção e ao tratamento de várias infecções causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas.

“Este é um caso de saúde pública, trazer o alerta a sociedade é fundamental para que consigamos diminuir o número de resistência bacterina que acabam afetando o tratamento destes pacientes”, explicou.

O presidente ainda pontuou que este alerta fica ainda mais preocupante se consideradas as estimativas epidemiológicas que prevêem tendência de aumento no número de vítimas por infecções bacterianas resistentes: estima-se que, em 2050, 10 milhões de pacientes sejam atingidos, superando as mortes estimadas para câncer (8,2 milhões) e diabetes (1,5 milhões).

No Brasil, onde cerca de 90% das pessoas se automedicam (Pesquisa ICTQ/Datafolha, 2024), dados reunidos pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceria com a IQVIA, mostram que o quadro pode ter se agravado em função da pandemia de Covid-19.

O varejo farmacêutico experimentou um aumento sustentado nas vendas de antimicrobianos durante a pandemia. O ápice de 228,3 milhões de unidades vendidas foi atingido em 2022 (38,53% de aumento em relação ao ano anterior).

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