Forrozeiro Geraldo Cardoso disputa cargo federal para defender em Brasília artistas e homem do campo, garante

O cantor alagoano Geraldo Cardoso, o matuto de luxo, é conhecido por suas músicas que exaltam o regionalismo e romantismo, tendo faixas conhecidas em todo país e gravadas por grandes nomes da música brasileira como Flávio José e Jorge de Altinho. O vaqueiro agora encara um novo desafio: disputar uma vaga no Congresso Nacional.

Candidato pelo Partido Avante, Cardoso quer ser o representante da classe artística e o homem do campo. O cantor vem refletindo sobre a necessidade de um representante que seja da categoria e resolveu se lançar nesse desafio.

Ao seu favor, conta a experiência de através da música percorrer os mais diversos locais de Alagoas. “A vontade de disputar a eleição foi amadurecendo ao longo dos anos à medida em que eu, na condição de artista popular, pude conhecer o meu estado e me inspirei nele para construir as minhas canções, mas ao mesmo tempo, eu pude transformar em objetos das minhas reflexões. Percorri esse estado de norte a sul, de leste a oeste, conheci quase todos os municípios alagoanos e de alguma forma penetrei na casa e no imaginário dessas pessoas, pude conhecer os seus problemas, o atraso do estado e foi amadurecendo em mim a ideia que eu poderia transformar essa experiência numa ferramenta para mudar a vida das pessoas, para representá-las e de alguma forma produzir transformações reais na vida dessa gente que eu aprendi a amar, que me deu tanta coisa boa e tudo que eu construir de certa forma devo a esses alagoanos que admiram minha carreira e o meu trabalho musical”, explicou.

Apesar de ter essa visão da necessidade da representação, a decisão de Geraldo Cardoso não foi fácil. O cantor está na campanha de divulgação de seu DVD gravado na Massagueira, Marechal, mesmo assim está encarando o desafio de maneira séria. “Entendo que é mais um desafio que eu precisava viver na minha vida, resolvi encará-lo com coragem, até porque todos os desafios que eu encarei na vida, sempre fiz com muita coragem, sou um homem que só entendo fazer com paixão, com muita vontade, eu não entraria num projeto como esse se eu não pudesse canalizar toda minha energia para de alguma forma fazer um grande trabalho. Vai ser um mês de muito diálogo, de muita caminhada, mas eu me sinto muito preparado para isso”, refletiu.

Conterrâneo de Graciliano Ramos, o quebrangulense, tenta romper as barreiras que vem encontrando desde que tomou a decisão de disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados, já que não conta com grandes estruturas que partidos maiores estão utilizando, nem a máquina pública ao seu favor. Até o dia 02 de outubro, a aposta do Matuto de Luxo é convencer quem o já conhece que ele é capaz de ser representante dos alagoanos em Brasília.

 “A população de certa forma já me conhece como artista, o difícil é fazer com que ela entenda que eu também posso representá-la politicamente. Vou apresentar ao longo desse mês um projeto para nossa Alagoas, uma pauta que eu pretendo representar no Congresso Nacional, nós vamos disputar essa vaga com candidatos que contam com máquinas extremamente poderosas de financiamentos de campanha, aquilo que a ex-senadora Heloísa Helena chama de máquina de moer gente, né? Vamos enfrentar o poder econômico, mas acreditamos que uma parcela da população alagoana não vai se deixar levar por isso, irá refletir sobre as biografias, as melhores ideias, e ao longo da campanha eu pretendo dialogar principalmente através das minhas redes sociais que será minha principal ferramenta de comunicação sobre essas ideias”, reforçou.

Segundo ele, a missão é representar Alagoas da melhor maneira e está preparado para isso.”Gostaria de dizer que jamais poderia ser candidato em outro estado, se não minha terra Alagoas, foi aqui que nasci nas ribeiras do Paraíba em Quebrangulo, primogênito de 10 filhos gerados de uma bonita uniao do meu pai José Cardoso de Albuquerque e a minha mãe Edileusa Cardoso de Oliveira, junto a minha querida mãe ajudei a criar quase todos os meus irmãos pela morte trágica e prematura do nosso gestor. Vivi e vivenciei  até hoje as diferenças sociais, o sofrer do povo agrestino e sertanejo, essa vivência me capacita em representá-los para de alguma forma melhorar a vida do nosso povo”, finalizou.

Texto de LYSANNE FERRO

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