Aumento de casos de síndrome respiratória em AL provoca fila de espera por leito de UTI na rede pública

O aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave está congestionando a rede hospitalar pública em Alagoas, segundo a Secretaria de estado da Saúde (Sesau).

Pacientes internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que precisam ser transferidos para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais, estão tendo que aguardar e isso gerou uma fila de espera.

Nesta segunda-feira (27), um homem de 59 anos faleceu na UPA do Benedito Bentes, onde estava internado há sete dias. Segundo familiares, o paciente aguardava transferência para um leito de UTI em um hospital. Ele estava com os pulmões comprometidos por causa de uma efisema pulmonar.

“Chegando lá [na UPA] ele passou o dia na terça-feira e foi intubado na quarta-feira. A gente ficou nessa luta, atrás de uma regulação que a UPA pede ao estado, para ser transferido para uma UTI, no HGE ou no Metropolitano. A gente precisava dessa UTI para que ele fosse tratado melhor. Infelizmente ele não conseguiu. A gente tentou de várias formas e hoje ele veio a falecer”, relatou o sobrinho do paciente, Otoniel Salgueiro.

A Sesau informou que o paciente recebeu assistência multidisciplinar enquanto esperava pela transferência, que geralmente é feita em 48 horas. Mas isso não foi possível porque a rede hospitalar pública está congestionada por causa do crescimento dos casos de síndrome respiratória aguda grave.

A assessoria da UPA do Benedito Bentes informou que a unidade depende da regulação estadual, que é responsável pela gestão de leitos públicos em Alagoas para transferir os pacientes. No momento, cinco pacientes internados na Unidade aguardam transferência.

Na UPA do Francês a situação é parecida. Familiares de José Cláudio dizem que ele está internado há seis dias por causa da diabetes. Ele precisa ser transferido para uma UTI, o que ainda não foi possível.

“[Ele está] com dificuldade de respirar, não está tomando mais água, quando bota qualquer líquido na boca dele, ele tosse”, disse Claudiana da Silva, filha do paciente. “Aqui não tem nenhum suporte, que o médico falou. Nenhum suporte para tratar o que ele tem”, lamentou.

A Prefeitura de Marechal Deodoro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que também aguarda a liberação de leitos por parte da regulação estadual. A coordenadora da Unidade disse que mais dois pacientes estão precisando de tratamento em UTI e ainda esperam a transferência.

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