Em Alagoas, procurador federal fala sobre importância da Operação Lava Jato

O procurador federal Deltan Dallagnol veio a Alagoas para participar do Congresso Estadual do Ministério Público, onde fez a palestra de abertura na noite de segunda-feira. Ele também concedeu entrevista coletiva á imprensa na manhã desta terça (28) e, nos dois encontros, destacou a importância da Operação Lava Jato e a necessidade de reformas para combater a corrupção. Para isso, o procurador destacou o pacote de mais de 70 medidas desenvolvidas por diversas instituições e que se encontra à disposição da sociedade na página www.unidoscontraacorrupcaomorgmbr.
Para que esse plano anticorrupção passe a valer é necessário que seja aprovado no Congresso Nacional, ou seja, pelos próximos representantes a serem eleitos em 7 de outubro. Para que isto ocorra, ele pede apoio e sugere aos eleitores que, antes de decidirem em quem votar, “verifiquem se o candidato tem o passado limpo; se tem compromisso com a democracia e se apoia o pacote anti-corrupção”.
Dallagnol citou como medidas a redução do número de pessoas com foro privilegiado no Brasil, que segundo ele cairia de mais de 50 mil agentes públicos para apenas 16; o ensino do tema corrupção nas escolas e a extinção do fundo eleitoral. “São propostas que a sociedade clama. Isso é só uma amostra do quanto é bom”, considera o procurador, ao se referir ao pacote anti-corrupção.
Ele também reforçou a importância e os benefícios que a Operação Lava Jato traz ao País, mas ressaltou que, sem mudanças estruturais, que envolvam o meio político, empresarial e até mesmo a forma como são escolhidos ministros do Supremo Tribunal Federal, o efeito da operação ficará apenas como pedagógico, transitório. Por isso, conforme o procurador, torna-se fundamental a escolha, pelo eleitor, de políticos honestos e comprometidos com o combate à corrupção. “Não adianta o eleitor apoiar o combate à corrupção apenas com as palavras. Vote em pessoas que tenham um passado limpo”, reforçou Dallagnol.
Para ele, o maior risco da Lava Jato é justamente a eleição de políticos que já demonstraram interesse em minar a maior investigação já realizada no Brasil contra a corrupção. “A sociedade tem que assumir seu protagonismo pelo voto”, assegurou.
Sobre a operação, o procurador destacou ainda que, até então, são mais de 300 acusados; mais de 130 presos e mais de R$ 2 bilhões que foram desviados do poder público, devolvidos a estatais com a Petrobras. Somente nesta empresa, Dallagnol ressaltou que a estimativa das investigações revela desvio de mais de R$ 6 bilhões. A operação é composta por mais de 150 agentes, 50 deles integrantes do Ministério Público Federal.