O que é legal perdeu-se no tempo e no espaço
São tantos os escândalos, os atos de imoralidade política e institucional, as “brechas” e lacunas na legislação, favorecimentos ilícitos, instituições desmoralizadas e desacreditadas, tudo isso no Brasil, que se chega a confundir o significado da palavra “legitimidade”.
A sociedade vive a cada dia mais atônita, sem distinguir, ao menos, o que seja Lei ou apenas os favores dela em prol de corruptos e corruptores.
Legitimidade, legalidade, direito, justiça, são palavras que o brasileiro está se acostumando a acha-las, cada dia mais, engraçadas e inalcançáveis. Diante desse fator lamentável no seio de nossa sociedade, é sempre bom lembrar que, quando o poder sobrepõe e ultraja a Lei e a Justiça não reage, é sinal de que a Lei é vazia e enfadonha, e a Justiça inoperante.
Porém, mesmo com tantas leis e normas, a maior justiça de um país continuará sendo a consciência de seu povo, o que os nossos políticos têm tido o cuidado de destruir, de aniquilar. Em tempos
de inversão de valores, as leis são infringidas como desculpa para a prática de uma justiça deturpada.
Vivemos em um país onde as leis estão deitadas em uma rede e a justiça tirou férias infinitas. Os governos governam para seu próprio engrandecimento, e justiça é o nome dado à obediência
de suas leis: significa servir aos interesses de outros. A justiça não pode fazer da lei uma mercadoria colocada à venda, por mais venda que tenha em seus olhos.
A lei não tem função quando a justiça não cumpre a sua.
Em suma, se a justiça não parece justa, a culpa é de quem redige tais leis, aqueles em quem nós votamos, talvez aceitando cerveja, aterro, vantagem, promessa, safadeza remunerada, seja em campanha política ou apenas caindo em sua lábia florida.