“Princesa do Sertão” completa 127 anos com pouco a comemorar

TEXTOS:

CARLOS ALBERTO JR.

Especial para Estadão Alagoas

Prestes a completar seus 127 anos de emancipação política, neste dia 20 de agosto, a cidade de Palmeira dos Índios vive uma fase de poucos motivos para comemorar, salvo seus bravos cidadãos, que se diga de passagem, fazem o caminho inverso e enobrecem o nome do município. A pesquisa de estimativa de população 2014 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traçou um novo perfil demográfico de Alagoas e de seus municípios. Um dos pontos revelados não chegou a ser surpresa para muitos, ao apontar que a “Princesa do Sertão” perdeu o posto de terceira maior cidade para Rio Largo, na Região Metropolitana de Maceió.

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Foto: Grazi Duarte

Palmeira dos Índios tem uma estimativa de 73.725 habitantes. Já Rio Largo foi a cidade que registrou, entre 2013 e 2014, o maior crescimento em Alagoas: 4,78%, saltando de 71.834 para 75.267 habitantes. Comparando-se ao censo de 2010, quando a população era de 68.481 pessoas, a variação foi de 6.786 habitantes ou 9,91%.

Estagnada economicamente e sofrendo com gestões municipais pouco eficazes, Palmeira dos Índios parece ter perdido a “janela” do crescimento que consolidou há vários anos Arapiraca como o segundo maior centro de desenvolvimento de Alagoas.

Na década de 1960, Arapiraca e Palmeira dos Índios travavam uma espécie de disputa velada pela liderança no Agreste alagoano. Com o passar dos anos, a “Princesa do Sertão”, luta para manter sua economia equilibrada, embora esteja estagnada desde os anos 80. Como reflexo natural disso, a migração de habitantes que partem em busca de novas oportunidades em outros centros mais desenvolvidos, como a própria capital alagoana.

Em seus 127 anos de emancipação política, a cidade tem pouco a comemorar. Os índices de violência sobem sem precedentes, a saúde, a educação e a assistência do município ofertados à população precisa, e muito melhorar. Só esses pontos, e não precisa pormenorizar, já servem como responsáveis diretos pela fuga de moradores em busca de mais oportunidades nos últimos anos.

Lenda indígena deu nome à cidade

A história em torno da quarta maior cidade alagoana relata que as terras ocupadas pelo município de Palmeira dos Índios constituíam primitivamente um aldeamento dos índios Xucurus, que aí se estabeleceram em meados do Século XVII. Tinham esses indígenas o seu habitat cercado de esbeltas palmeiras, bem próximo ao pé da serra, onde hoje se ergue o município.

Crédito: Grazi Duarte
Foto: Grazi Duarte

O nome da cidade veio justamente em consequência dos seus primeiros habitantes e do fato da abundância de palmeiras que havia à época em seus campos. Os indígenas formaram seu aldeamento entre um brejo chamado Cafurna, hoje bairro, e a serra da Boa Vista.

Após lutas e batalhas que resultaram em mortes e fugas de famílias inteiras, a então vila de Palmeira dos Índios foi criada pela resolução nº 10, de 10 abril de 1835, desmembrada da vila de Atalaia. Durante seu processo de mudança para município, perdeu os distritos de Igaci (1957, juntamente com Arapiraca que também cedeu parte de seu território para a formação do novo município), Cacimbinhas (1958), Minador do Negrão (1962) e Estrela de Alagoas (1991), elevados à categoria de municípios. Segundo a atual divisão administrativa do Estado, o município é formado por 3 distritos: sede, Caldeirões de Cima e Canafístula.

Conhecida como a “Princesa do Sertão”, Palmeira dos Índios tem também sua origem ligada às lendas indígenas. Conta-se que, há mais de 200 anos, Tixiliá estava prometida ao cacique Etafé, mas era apaixonada pelo primo Tilixi. Um beijo proibido condenou Tilixi à morte por inanição. Ao visitar o amado, Tixiliá foi atingida por uma flecha mortal de Etafé, morrendo ao lado de Tilixi. No local, nasceu a palmeira, que simbolizava o amor intenso do casal.

A cidade, seus dilemas e problemas

Economia local precisa ser alavancada

Há muitos anos, a economia de Palmeira dos Índios está estagnada. Em meio à atual crise brasileira e internacional, a cidade viu fechar pouco mais de 30 empresas dos mais variados segmentos.

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Foto: Divulgação Internet

A confirmação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas (Sindilojas) da cidade, José Gilton Pereira Lima. Ao longo dos seus 25 anos de comércio, nunca viu, em nível de Brasil, uma crise tão forte e avassaladora. “Entendo que gestores públicos e empresários têm, cada um, sua parcela de culpa”, falou.

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Foto: Divulgação

Para ele, o que todos têm que fazer é buscar, descobrir novas formas para driblar a crise. “A maioria não se atentou às mudanças que eram necessárias. Houve uma certa acomodação. Ainda estamos num cenário muito triste”, disse.

Gilton Lima entende que a população também precisa ser trabalhada nesse cenário de crise. “Os consumidores da cidade estão saindo para comprar em Arapiraca. Governo e empresários devem se unir para, juntos, darmos a volta por cima”, frisou.

A vendedora ambulante de roupas, Quitéria Araújo Duarte, tem uma banca na feira livre de Palmeira dos Índios há cerca de 15 anos. Graças a esse trabalho, ela e o esposo, Luis Fernandes, criaram os dois filhos, hoje adultos. No entanto, eles afirmam que o movimento caiu muito nos últimos anos.

E ela, que viajava a cada dois meses para comprar novas peças na cidade de Caruaru (PE), traça um cenário ainda pior para seu negócio. “Vimos muita gente parar e nós também iremos. O movimento de clientes caiu muito. Esperamos que melhore, mas tudo está parado. Não vale mais a pena. Até o final do ano estaremos fechando a banca”, revelou.

Também atuando na feira livre da cidade, o vendedor de CDs e DVDs, Luiz Costa, trabalha no ramo há cerca de oito anos. “O movimento está razoável. Já foi muito melhor. Trabalho de segunda a sábado e espero que a coisa melhore”, disse o autônomo pai de um filho menor de idade.

A consumidora Mais Heloísa da Silva, puxava seu carrinho de compras à procura de verduras. “Está difícil a gente ver os preços subindo desse jeito e não poder fazer nada. Tudo fica mais caro a cada semana. Onde vamos parar? Só espero que não seja no fundo do poço”, finalizou em tom irônico.

Museu abandonado pelo poder público afasta visitantes

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Foto: Grazi Duarte

Com poucas indústrias e economia fraca, Palmeira dos Índios, acabou por entrar num processo de decadência que parece não ter fim. Uma das soluções para retomada do crescimento é o turismo, responsável pela geração de muitos empregos e renda, a curto e médio prazos.

A cidade natural do escritor de projeção nacional e também político, Graciliano Ramos, tem importantes atrativos turísticos, como o Museu Xucurus, que funciona na antiga igreja do Rosário, construída por escravos em 1805, com diversificado acervo; a Casa Museu Graciliano Ramos, onde o autor escreveu obras importantes inspiradas no Sertão; Cristo do Goiti, estátua localizada na serra do Goiti, a 570 metros de altitude, de onde se vislumbra um belo panorama da cidade e redondezas.

A situação do Museu Xucurus merece mais atenção por parte do município, administrador do local, pois, dentre os atrativos disponibilizados, é o que apresenta as piores situações em sua estrutura. O vasto acervo é formado por relíquias religiosas e também da cultura e da sociedade locais. No entanto, a visitação pública é comprometida devido à falta de manutenção por parte da Prefeitura.

Toda a parte elétrica, por exemplo, está comprometida e danificada, a ponto de quase todas as lâmpadas não acenderem. As que acendem duram poucos meses, até curtos circuitos darem o ar da graça.

A atração turística mais visitada em Palmeira dos Índios continua sendo o famoso Cristo do Goiti. O atrativo deveria ter um teleférico, erguido para possibilitar uma vista panorâmica da cidade. No entanto, a ideia praticamente não funcionou e o equipamento acabou sendo retirado há alguns anos.

Entre as festividades mais conhecidas da cidade destacam-se a Festa de Reis (janeiro), Semana do Índio (abril), Festival da Pinha e São João (junho), Emancipação e Feira de Arte e Cultura, em agosto, Semana Graciliano Ramos (outubro) e a festa de Nossa Sra. do Amparo (dezembro).

Palmeira dos Índios sempre foi e ainda é muito conhecida culturalmente. É rica de escritores, alguns filhos naturais da terra e outros que à adotaram como terra natal, tais como: Adalberon Cavalcante, Lucenio de Matos, Alba Granja Medeiros, Ademar Duarte Constant, Amarílio Santos, Alvino Correia, Ana Clara Vieira de Vasconcelos, Antônio Caetano Pinto, Antonieta de Barros Torres, Carlos Pontes, Elis Medeiros, Eraldo Vieira de Melo, Epaminondas José de Araújo, Everaldo Damião da Silva, Francisco Xavier de Macedo, Gilberto Marques Paulo, Geovan Xavier Benjoino, Graciliano Ramos de Oliveira, Herbert José Lisboa Martins Torres, Isvânia Marques da Silva, Ivan Bezerra Barros, João Francisco Duarte, José Jurandir de Oliveira, José Pantaleão Neto, José da Costa Sampaio, José Delfim da Mota Branco, José Maria Melo da Costa, José Alves Pereira, Lidenor de Mello Motta, Lourival de Mello Motta, Luís de Barros Torres, Luiz Antônio, Manoel Bezerra e Silva e Maria Luíza Duarte.

Histórias de superações e vitórias orgulham Palmeira dos Índios

De carroceiro a mestre de cerimônias, jovem abre caminhos de sucesso na cidade

Maciel da Silva nasceu e foi criado no bairro Cafurna e trabalhou nas ruas até os 14 anos

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Foto: Arquivo pessoal

A cidade tem, entre seus moradores, histórias de sucesso. Uma das provas é o ex-carroceiro José Maciel da Silva, de 28 anos. O jovem é hoje cerimonialista, empreendedor e administrador de empresas cursando pós-graduação em Gestão de Pessoas, sua paixão.

Nascido e criado no bairro Cafurna, ele olha para trás com orgulho da sua trajetória, sem perder a sua natural humildade. Trabalhou nas ruas dos 8 aos 14 anos, como forma de ajudar a mãe no sustento da casa.

Sua vida começou a mudar quando conheceu o Movimento Pró-Desenvolvimento Comunitário, conhecido como Projeto Oásis, uma organização não-governamental que auxilia e orienta crianças e adolescentes na cidade. Durante sua passagem por lá, além de fazer muitos amigos, enxergou seu perfil de liderança, o que lhe rendeu bolsas e estágio nos Correios, por exemplo.

Há alguns anos, recebeu um convite do amigo e DJ Márcio, para fazer o cerimonial de um aniversário, vocação logo percebida por todos. Decidiu investir na área e continua atuando no segmento, com cada vez mais sucesso em Palmeira dos Índios e também na região. Nesse meio tempo, investiu na criação de uma empresa com atuação na fabricação de chocolates e, graças ao trabalho e dedicação, vê sua clientela aumentar a cada dia.

Com o mesmo humilde orgulho, ele conseguiu há cerca de dois anos realizar um dos sonhos da sua mãe, ao adquirir a casa própria. Casado, planeja filhos para um futuro mais próximo. Para ele, a educação e formação dada pela sua genitora foram fundamentais para o seu crescimento e vontade de vencer.

Hoje, ele é responsável pelo projeto Despertar para Crescer que atende e assiste a 120 jovens, com apoio da ONG Projeto Oásis e também de alguns empresários locais. “Nosso objetivo é plantar sementes, educar para o futuro. Queremos que eles próprios possam criar as próprias oportunidades. Nosso trabalho já é reconhecido por diversas empresas que procuram nossos jovens para o mercado de trabalho”, orgulha-se.

O sentimento de José Maciel é de gratidão a todos que ajudaram e ajudam em sua trajetória de vida. “Deus abre as portas. O melhor da minha vida é o que vivo hoje. A batalha não para. Não espero acontecer, faço acontecer”, finaliza.

Craque palmeirense volta aos gramados do futebol pela seleção brasileira de master

Convocação aconteceu há quatro meses; ele brilhou em grandes time do Brasil

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Foto: Grazi Duarte

O astro dos gramados, o palmeirense e ex-jogador profissional Marcos Adriano Gonçalves Barros, está de volta à ativa. Aos 46 anos, ele passou a integrar, há cerca de quatro meses, o seleto grupo de jogadores veteranos da seleção brasileira master de futebol.

Empolgado com a nova oportunidade, Marcos Adriano, disse que recebeu o convite do atual técnico da seleção master, Zenon de Souza Farias, um dos maiores craques do futebol brasileiro entre as décadas de 1970 e 1980. “Fiquei muito honrado, já que a ideia da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] é levar a sério, com a realização de campeonatos regionais e participarmos de outros internacionais”, explicou.

Sobre o convite, ele disse que a CBF enviou representantes que, após receberem a confirmação do interesse, realizaram testes físicos e mentais. “A preparação é feita de forma individual e a CBF paga uma taxa pela participação em cada jogo”, explicou.

A seleção master de futebol tem, segundo Marcos Adriano, cerca de 40 jogadores convocados. Nomes como o próprio Zenon, Careca e Paulo Izidoro, por exemplo, compõem o elenco. “Quando recebi o convite pelo telefone, meu coração bateu mais forte. Estou muito feliz”, falou.

O novamente jogador já foi convidado para três jogos. Outros dois já estão programados, um no próximo dia 20, contra o Parnaíba, no Piauí, e outro dia 5 de setembro em balneário Camburiú (SC).

Marcos Adriano, sempre atuou como lateral-esquerdo e defendeu times como o São Paulo, Flamengo, Santos, Bahia, Atlético Paranaense, entre outros. Ele reside em sua cidade natal, Palmeira dos Índios, onde nasceu no dia 30 de julho de 1970. Como jogador, ele foi lançado no time profissional do Tricolor paulista pelo técnico Telê Santana, a quem é muito grato, no começo dos anos 1990.

Índios conquistam o Brasil no horário nobre da TV

Pai e filho da aldeia Xucuru-Kariri participaram da novela Velho Chico, da Rede Globo

Oito quilômetros Mata da Cafurna adentro numa trilha de barro e esburacada. Esse foi o caminho para chegar à aldeia Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, onde residem Tanawy Tenório e Lenoir Tibiriçá, que até poucos dias eram anônimos, mas, como num piscar de olhos, passaram a ser conhecidos em todo o Brasil, graças a uma breve, mas importante participação na novela Velho Chico, exibida pela Rede Globo.

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Fotos: Arquivo pessoal

O que seria uma simples figuração, fez com que pai e filho ganhassem tratamento de estrelas renomadas da televisão, conhecessem artistas congraçados da televisão e viralizassem nas redes sociais. “Recebi mais de 10 mil mensagens quando as cenas começaram a passar. Ainda não tive tempo para ler e responder tudo. Nossa vida não é mais a mesma”, afirmou o jovem Tanawy, de 28 anos.

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A aventura dos índios palmeirenses na novela Velho Chico começou quando o professor universitário Adelson Lopes foi contatado pela produção do folhetim global, graças a um projeto desenvolvido em aldeias indígencas de Alagoas há alguns anos. Estudioso da causa indígena, o docente passou cinco dias trocando telefonemas com os produtores em meados do mês passado.

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Prof. Adelson Lopes

Adelson Lopes teve que mostrar à produção como é, de fato, o índio nordestino, diferente do tipo pensado pelas equipes de roteiristas e de produção da novela. “Só depois, mantive contato com o Lenoir, que já foi pajé da aldeia. Ele se enquadrava no tipo pretendido. Enviamos vídeo e fotos. No dia seguinte, eles mantiveram novo contato pedindo um segundo índio mais jovem. Lembrei, de imediato do Tanawy, que também foi aprovado nos testes de vídeo, embora eles quisessem um índio jovem com cabelos lisos”, revelou.

O professor disse estar grato à equipe da novela pelo reconhecimento e aposta. “Foi um prêmio. Nosso trabalho com os índios começou em 2001 quando ofertamos uma disciplina na universidade. O índio está conseguindo a devida visibilidade. Ele existe e é, sim, o dono dessa terra. Foi um ganho para todos os lados. Os índios saíram fortalecidos dessa feliz experiência”, ponderou.

Tanawy Kariri, como também é conhecido, e o pai passaram quatro dias gravando na cidade de Piranhas, no Sertão alagoano, um dos cenários onde escolhidos para as gravações dos primeiros capítulos da novela. Eles falam com carinho recebido de toda a equipe envolvida nas gravações. Eles contracenaram principalmente com os atores Domingos Montagner e Camila Pitanga, que interpretam Santo e Tereza, respectivamente. Nas cenas, eles resgatam o personagem Santo de um atentado.

IMG_3718Lenoir Tibiriçá concedeu entrevista usando o mesmo cocar usado nas gravações. “Ainda está sujo com o sangue do Santo. Ele ficou valioso”, falou mostrando a mistura com groselha usada para retratar o sangue do personagem. “Fomos paparicados por todo mundo, direção, técnicos. Recebemos palavras de carinho, conforto. Nosso povo Xucuru-Kariri precisava elevar a autoestima. Ter contracenado com eles foi especial”.

O filho do antigo Pajé, revelou que a atriz Camila Pitanga é supercarinhosa e modesta fora das gravações. “Passamos para eles a nossa vivência, a nossa luta. Tudo está diferente para nós. O dinheiro [pago pelo cachê] não foi o mais importante, apesar de ser bem-vindo. Nunca pensei em dar autógrafos na minha vida. E isso não tem valor”, disse.

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Os índios falaram que tudo só veio ficar claro quando as cenas começaram a ser exibidas. A aldeia toda parou para assistir. “A expectativa de assistir foi grande. Nossa aldeia ficou em festa. Foi como ganhar uma medalha de ouro”, falou o antigo Pajé da Xucuru-Kariri, composta por cerca de 130 famílias que integram oito comunidades indígenas na região.

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Foto: Grazi Duarte

Mostrando-se também satisfeito com a participação na novela, Tanawy Kariri parece ter perdido a timidez de índio e disse que portas foram abertas. “Várias coisas estão chegando para nós. Para breve, deveremos fazer participações em outras produções, outros projetos. Tudo foi muito bom para nós. Só não foi bom carregar o Santo. Ele pesa muito”, afirmou ao se referir do personagem do ator Domingos Montagner.

Já sobre as cenas dos próximos capítulos de Velho Chico, eles foram taxativos. “Tem que assistir a novela”, disse Tanawy Kariri. O professor Adelson Lopes foi um pouco mais além, ao antecipar que uma índia da mesma aldeia participa de uma nova seleção para também participar do folhetim global.

Rádios ajudam povo a ganhar voz 

A cidade de Palmeira dos Índios tem no rádio o melhor instrumento para dar voz a sua população. Hoje, praticamente todas as emissoras possuem, em suas respectivas programações, espaços voltados ao radiojornalismo, com muita prestação de serviços, além das notícias policiais, já rotineiras no cotidiano dos palmeirenses.

Rádio Sampaio

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Fotos: Divulgação

É a mais antiga de Palmeira dos Índios com 52 anos de existência. Tudo começou com Gileno Costa Sampaio, que investiu nesse segmento e inaugurou a primeira emissora de rádio na “Princesa do Sertão” no dia 31 de dezembro de 1964, como Rádio Educadora Sampaio, que depois passou a se chamar Rádio Sampaio AM 870. Em outubro de 1988, deu mais um passo no setor, com a inauguração da Sampaio FM 92,5 MHz, a primeira em frequência modulada da cidade.  A rádio revelou grandes nomes do radialismo alagoano, tendo como exemplo Aloísio Alves, Josmário Silva, Arivaldo Maia, Antonio Oliveira e Ives Cavalcante.

Palmeira FM

4Inaugurada há 21 anos pelo tradicional Grupo Gaia de Comunicação, de propriedade do ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Edval Vieira Gaia. Conta com uma vasta programação, tendo à frente de sua direção o renomado radialista Arivaldo Maia. A rádio cobriu eventos de grande mobilização de público que se tornaram sucessos e se consolidaram como uma marca da emissora. Exemplo disso foi o assassinato da então deputada Ceci Cunha.

Vitório FM

3A rádio comunitária Vitório FM é uma das mais estruturadas do estado de Alagoas, partindo do sonho do radialista e advogado Ricardo Vitório e está no ar há 14 anos. Assim que foi baixada a portaria que dava direito à regulamentação de rádios comunitárias no Brasil em 1998, surgiu a ideia de fundar uma rádio comunitária por meio da Associação Palmeirense de Defesa da Comunidade (Apadecom), que na época era direcionada às mulheres.

Para conseguir a concessão, o estatuto da associação foi modificado e a entidade passou a atender tanto mulheres, quanto homens, pois a portaria só admitia englobar diversos gêneros, sem distinção. Diante da regulamentação, foi dada  entrada no pedido de concessão da primeira rádio comunitária do município em novembro de 1998. A concessão da emissora ocorreu em junho de 2002.

Em janeiro de 2003, foi inaugurada a primeira rádio comunitária regulamentada da “Princesa do Sertão”. “Diante da realização de trabalhos à frente da direção nas rádios Sampaio e Difusora, esse sonho foi realizado com a implantação da Rádio Vitório FM junto à associação que atua junto a alguns órgãos, como sindicato patronal, igrejas evangélicas que fazem parte do conselho”, explica o empresário Ricardo Vitório.

Da emissora, vários aprendizes galgaram e seguiram carreiras dentro e fora do estado. A emissora conta com 12 funcionários, e sua frequência atinge 90% de abrangência em Palmeira, além dos municípios de Belém, Igaci, Estrela de Alagoas e parte de Quebrângulo.

Farol FM

2A Rádio Farol FM leva informação aos palmeirenses por meio da Fundação Quilombo há mais de 10 anos. O Grupo Farol de Comunicação é liderado pelo ex-deputado federal João Caldas. Com uma vasta programação, é a rádio alagoana com maior número de horas destinado a programas evangélicos. A Rede Farol de Comunicação abrange, além da capital alagoana, as cidades de Penedo, Maribondo, União  dos Palmares, Palmeira dos Índios e Coruripe.

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