Médica e presidente da APALCA destaca a educação para desenvolvimento de Palmeira dos Índios

A médica Maria José Cardoso Ferro dedica, há 36 anos, sua vida à oftalmologia. Nascida em Minador do Negrão, porém se considera também cidadã palmeirense. Desde criança nutriu a vontade de cursar medicina, pelo desejo de ajudar, de curar, de devolver a alegria às pessoas por meio da cura. O sonho da juventude foi plenamente conquistado quando conheceu a oftalmologia, especialidade na qual se encontrou como profissional. “A medicina é uma missão, é vocação, não é uma profissão. Curar pessoas não tem preço. É dessa forma que você cresce”, ponderou. Há 10 anos, a oftalmologista passou a integrar a Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes (Apalca), entidade que preside atualmente. O convite foi feito pelo ex arcebispo de Palmeira dos Índios, Dom Fernando Iório. Desafio que foi aceito. “Eu entrei na academia pelo lado da ciência, pois tenho alguns trabalhos publicados. Sempre gostei muito de ler, desde criança. Gosto de ler tudo o que cai em minhas mãos”, explicou.

A filantropia


A medicina motivou Maria José Cardoso a desenvolver um trabalho filantrópico em Palmeira dos Índios que ganhou mais força quando conheceu a Fundação de Amparo ao menor de Palmeira dos Índios (Fundanor), entidade na qual assumiu a vice-presidência, ainda durante a gestão de Lourdes Monteiro, criadora do projeto.

“Ser médica me ajudou a me sensibilizar com as carências gerais humanas. Se você só medica, não se preocupa com o que vai acontecer com o paciente; você nem consegue curar. Não pode tratar o paciente como objeto”, afirmou Maria Cardoso.

Além disso, a experiência na Fundanor, que ajudou, por meio da educação, centenas de jovens carentes também contribuiu para a formação humana de Maria Cardoso. Muitos dos assistidos pela fundação viviam em situação de rua e hoje são profissionais, alguns conceituados em suas respectivas áreas de atuação. A criadora da instituição “me fez repensar algumas coisas”, relembrou.

Essa visão diferenciada do ser humano contribuiu, por exemplo, para a fundação do Terço das Mulheres, que hoje tem mais de 10 mil integrantes de várias cidades da região. A partir da sua criação, a oftalmologista criou a Organização Não-Governamental (ONG) Maior Fé, nome colocado em homenagem a sua mãe, Maria Oliveira Ferro.

A oftalmologista disse que sua mãe sempre fez trabalhos filantrópicos em Minador do Negrão aliando o lado religioso à educação, à saúde. “Desde criança nos envolvia e a gente acostumou a ver esse espírito mais solidário. E foi essa formação familiar que serviu como base profissional e humana”, salientou.

A ONG Maior Fé trabalha com a promoção humana, independente de grupos sociais. Hoje é desenvolvido um trabalho contra a violência infanto-juvenil em três frentes. Em breve serão ofertados cursos de informática, cujo laboratório está em fase de montagem. No lado da música, serão ofertadas aulas de flautas, além da criação de um coral e de uma banda. E, por fim, o incentivo à prática esportiva.

Para a oftalmologista, os jovens perderam as referências. “a gente não pode nem culpa-los tanto. A cultura independe da questão social. O jovem deve participar mais da construção da sociedade que vai ser deles. Desejo que eles se interessem mais. Esse lado virtual traz um prejuízo grande, pois as pessoas estão presentes e ausentes”, refletiu.

Nos 128 anos de emancipação política de Palmeira dos Índios, Maria Cardoso, diz que sempre desejou que o município se recuperasse, pois “já foi exemplo para tantas cidades. Acredito na educação. Palmeira deve confiar e ter esperança em dias melhores”, finalizou.

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