Alagoas registra queda histórica nas mortes por aids e acompanha avanço nacional

Alagoas apresentou um avanço expressivo no enfrentamento ao HIV/aids entre 2023 e 2024. O estado reduziu em 22,2%o número de mortes pela doença, passando de 202 para 157 óbitos. A melhoria segue a tendência nacional: segundo o novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil alcançou o menor índice de mortalidade por aids em 30 anos, com queda de 13% no período.

O resultado é reflexo do fortalecimento das estratégias de prevenção, testagem e tratamento oferecidas pelo SUS. A ampliação dos exames, o acesso a terapias modernas que tornam o vírus indetectável e intransmissível, além da oferta de PrEP e PEP, representam um marco na resposta à epidemia.

Esses avanços também contribuíram para que o país eliminasse a transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública – quando a infecção passa da mãe para o bebê. O Brasil mantém taxa abaixo de 2% e mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem e tratamento das gestantes.

Em 2024, Alagoas registrou 609 novos casos de aids. No Brasil, também houve redução: os registros caíram 1,5%, de 37,5 mil para 36,9 mil. No cuidado materno-infantil, o país reduziu em 7,9% o número de gestantes com HIV e em 4,2% os casos de crianças expostas. O início tardio da profilaxia neonatal despencou 54%, indicando melhora na qualidade de atendimento das maternidades.

Segundo o Ministério da Saúde, 68,4 mil pessoas vivem com HIV/aids no país. Em Alagoas, foram contabilizados 1.097 registros em 2024.

Para reforçar a prevenção, o acesso à PrEP cresceu mais de 150% desde 2023, chegando a 140 mil usuários. O Ministério ampliou ainda a oferta de testes, com a compra de 6,5 milhões de exames rápidos para HIV e sífilis — 65% a mais que no ano anterior — além da distribuição de 780 mil autotestes.

No tratamento, o SUS mantém a terapia antirretroviral gratuita. Mais de 225 mil pessoas já utilizam o comprimido único de lamivudina + dolutegravir, considerado mais eficaz e de maior adesão.

Com esses avanços, o Brasil se aproxima das metas globais 95-95-95, que preveem que a maioria das pessoas com HIV saiba o diagnóstico, esteja em tratamento e alcance supressão viral. Duas etapas já foram atingidas.

Para fortalecer a participação social, o Ministério lançou editais inéditos que somam R$ 9 milhões destinados a organizações da sociedade civil e ampliou comissões consultivas. Também articulou a criação de um comitê interministerial focado na eliminação de doenças influenciadas por determinantes sociais, com atenção especial à transmissão vertical do HIV.


HIV e aids: qual a diferença?

HIV é o vírus da imunodeficiência humana, que ataca o sistema imunológico. Uma pessoa pode viver anos com HIV sem sintomas, principalmente se estiver em tratamento e com carga viral indetectável — condição que impede a transmissão.

A aids é o estágio avançado da infecção, quando a imunidade está comprometida e surgem infecções oportunistas. Com o tratamento correto, é possível evitar que pessoas vivendo com HIV desenvolvam aids e tenham vida longa com qualidade.


Avanços da ciência na remissão do HIV

Casos raros de remissão do HIV têm sido registrados em pacientes submetidos a transplante de medula óssea para tratar doenças como leucemia. Os mais conhecidos são o “Paciente de Berlim” e o “Paciente de Londres”, que receberam células de doadores com mutação genética que impede a entrada do vírus nas células (CCR5-delta32). Outros casos recentes surgiram nos Estados Unidos e na Espanha. Embora ainda inacessíveis como tratamento amplo, esses estudos abrem caminhos para terapias mais avançadas, vacinas e possíveis estratégias de cura funcional.


Como ocorre a transmissão do HIV?

O vírus é transmitido por sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno. As principais formas de transmissão são:

  • Relação sexual sem preservativo

  • Compartilhamento de seringas

  • Transfusão de sangue contaminado

  • Transmissão da mãe para o bebê na gestação, parto ou amamentação

  • Uso de instrumentos cortantes não esterilizados


Como se prevenir

  • Usar preservativo em todas as relações sexuais

  • Evitar compartilhar objetos cortantes

  • Utilizar luvas e materiais descartáveis ao manipular fluidos corporais

  • Gestantes com HIV devem seguir a profilaxia indicada e não amamentar

  • Realizar testagem regular, especialmente quem tem vida sexual ativa

  • Em caso de exposição ao vírus, iniciar a PEP, idealmente nas primeiras 2 horas e no máximo em 72 horas


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *