Vereador denuncia suposta expulsão de aluna por motivação política em escola indígena de Palmeira dos Índios

O vereador Lúcio Carlos Medeiros tornou pública uma denúncia sobre o que ele descreve como um caso de “perseguição” envolvendo uma estudante não indígena na Escola Indígena Balbino Ferreira, situada na aldeia Serra do Amaro, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas. Segundo o parlamentar, a criança, identificada como Vitória, teria sido orientada a deixar a unidade escolar em razão do posicionamento político de seu pai.
De acordo com Medeiros, o pai da aluna é agricultor e uma das lideranças do movimento contrário à demarcação de terras na região. Para o vereador, esse seria o motivo da suposta exclusão. “Ele é um trabalhador que possui um pequeno pedaço de terra, de onde tira o sustento da família com dignidade”, afirmou.
O vereador disse ainda ter tido acesso a conversas em um grupo de WhatsApp da comunidade. Nessas mensagens, o pai da criança teria ressaltado que estudar em uma escola indígena “não pode causar medo ou impedir ninguém de participar de um movimento contrário à demarcação”.
Diante da situação, o parlamentar informou que seu gabinete irá acionar o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar, a Secretaria Municipal de Educação e a 3ª Gerência Regional de Educação. Ele afirmou que a primeira medida será tentar uma resolução administrativa para garantir o retorno imediato da criança às aulas. “Peço que seja feito o chamamento da aluna, acompanhada pelos pais, para sua reintegração ao ambiente escolar”, destacou.
Medeiros também solicitou acompanhamento psicopedagógico para Vitória e a elaboração de relatórios pela escola, a serem enviados às autoridades competentes. Segundo ele, a prioridade é assegurar que a estudante não seja prejudicada. “Essa menina não pode perder o ano letivo. Questões pessoais não podem interferir em questões técnicas”, reforçou.
O vereador pediu ainda que a direção da escola adote ações que fortaleçam os vínculos dentro da comunidade escolar e evite qualquer prática que possa gerar divisão. Ele afirmou que outros relatos semelhantes estariam sendo verificados e colocou seu gabinete à disposição de famílias indígenas e não indígenas que se sintam prejudicadas. “Nosso mandato existe para garantir os direitos das crianças e adolescentes”, concluiu.
Até agora, a direção da Escola Balbino Ferreira, a Secretaria de Educação e os demais órgãos citados não emitiram posicionamento oficial sobre as acusações.


