Além de Lira: quem são os deputados federais de Alagoas que realmente têm influência em Brasília
Em Brasília, poucos parlamentares conseguem romper a bolha do anonimato. E, entre os nomes de Alagoas, apenas um grupo seleto conquistou espaço real nos bastidores do poder. À frente, como sempre, está Arthur Lira (PP) — o homem que comanda a Câmara dos Deputados com punho firme e articulação precisa. Mas, além dele, outros deputados do estado também vêm se destacando por influência política, capacidade de negociação e presença nas principais decisões nacionais.
Arthur Lira: o arquiteto do poder
Arthur Lira segue sendo o nome mais poderoso da bancada alagoana — e um dos principais do país. Presidente da Câmara pela terceira vez consecutiva, ele dita o ritmo das votações, define prioridades do Congresso e, com sua habilidade política, mantém alianças com praticamente todos os setores, da direita ao centro.
Mesmo diante das tensões com o Planalto, Lira segue blindado. Sua força vem não apenas do cargo, mas da confiança que conquistou em Brasília: é visto como o “operador-chefe” da governabilidade. Nenhum projeto de peso avança sem seu aval.
Alfredo Gaspar: o deputado de oposição que ganhou respeito
Ex-procurador-geral de Justiça e ex-secretário de Segurança, Alfredo Gaspar (União Brasil) consolidou-se como uma das vozes mais firmes da oposição. Sua atuação técnica e discurso direto chamaram atenção, rendendo-lhe um dos papéis mais importantes no Congresso: a relatoria da CPMI que investiga fraudes no INSS.
Com isso, Gaspar deixou de ser apenas um parlamentar combativo e passou a ser uma peça-chave nas investigações de alcance nacional.
Nos bastidores, é visto como disciplinado e estrategista — e, embora sua base eleitoral esteja em Alagoas, sua voz hoje ecoa nos corredores do poder em Brasília.
Isnaldo Bulhões Jr.: o articulador silencioso
No outro extremo, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB) mantém o estilo discreto, mas eficiente. Ex-líder do MDB na Câmara, Bulhões é conhecido pela capacidade de diálogo e pelo trânsito livre entre diferentes bancadas.
Quem acompanha de perto sabe: Bulhões é um dos principais articuladores do centrão — o tipo de político que prefere construir acordos longe dos holofotes.
Seu perfil técnico o colocou em posições estratégicas, com participação ativa em comissões e relatorias de medidas provisórias de impacto econômico. Nos bastidores, é tratado como “um doutor da política”, um dos formadores da escola alagoana de bastidores que há décadas comanda os rumos do Congresso.
Marx Beltrão: o político com DNA executivo
Com passagens pelo Ministério do Turismo e experiência de gestão, Marx Beltrão (PP) é outro nome de peso na bancada. Diferente de Gaspar e Bulhões, Beltrão aposta na visibilidade e no diálogo direto com o eleitorado.
Sua trajetória como ministro durante o governo Michel Temer lhe abriu portas no empresariado e nos setores produtivos. Em Brasília, é reconhecido por equilibrar discurso político com pragmatismo administrativo.
Mesmo sem ocupar cargos de liderança no momento, Marx mantém influência sobre temas ligados ao turismo, infraestrutura e desenvolvimento regional.
Os demais: presença discreta, influência limitada
Apesar de a bancada alagoana contar com nove deputados federais, poucos conseguem de fato marcar posição em Brasília. A maioria atua de forma tímida, restrita às pautas locais e sem protagonismo nacional.
Nos corredores do Congresso, comenta-se que “Alagoas fala alto, mas com poucas vozes” — uma referência direta a essa concentração de influência em nomes como Lira, Gaspar, Bulhões e Beltrão.
Análise: o peso político de Alagoas no Congresso
Com pouco mais de três milhões de habitantes, Alagoas ainda consegue exercer um peso político desproporcional à sua dimensão populacional. Isso se deve à tradição de articulação dos seus líderes e ao espaço que nomes como Arthur Lira abriram no coração do poder.
A nova geração — representada por Gaspar e Bulhões — tenta equilibrar o jogo: enquanto um aposta na firmeza e visibilidade, o outro domina o tabuleiro silencioso das negociações.
No fim das contas, Brasília pode até mudar de cenário e governo, mas os bastidores continuam com sotaque alagoano.




