Enquanto JHC celebra roda-gigante para turistas, maceioenses seguem penalizados na orla
Na noite desta quarta-feira (5), o prefeito JHC participou do soft opening da Roda Maceió, instalada na orla da Pajuçara. Entre elogios ao equipamento turístico, o gestor afirmou que a roda-gigante será “um marco para a capital” e que deve ampliar o fluxo de turismo. Disse ainda que Maceió é “a capital do Nordeste que todo mundo quer estar presente”, destacando a parceria com a iniciativa privada e o momento de “crescimento” da cidade.
A estrutura possui 42 metros de altura, cerca de 20 cabines climatizadas e com wi-fi, e já vem sendo apresentada pela prefeitura como símbolo de modernidade e atrativo para visitantes.
Para JHC, a tecnologia será aliada para organizar filas e garantir conforto: “A compra é virtual, com agendamento. Tudo automatizado”, comemorou.
Mas enquanto o prefeito exalta a chegada da roda-gigante e celebra a presença de turistas, os maceioenses vivem outra realidade na mesma orla.
A indústria da multa continua a funcionar no entorno
Moradores seguem proibidos de estacionar próximo à praia — decisão tomada pela própria gestão municipal — e agora enfrentam um cenário ainda pior: multas em ruas internas, mesmo quando estacionam de forma regular.
No último domingo, diversos veículos foram autuados nessas vias alternativas. Um vídeo ao qual o Estadão Alagoas teve acesso mostra um agente da DMTT emitindo multa por “condutor ausente” mesmo com o motorista chegando na hora e recebendo a notificação em mãos.
Enquanto o turista ganha atrativo, vista panorâmica e tapete vermelho, o maceioense paga a conta — seja com o bolso, seja com o impedimento de usufruir da própria orla.
A contradição
JHC celebra que “Maceió está mais iluminada e mais segura”.
Mas para quem mora aqui, a orla está cada vez mais inacessível, controlada e cara.
A cidade se organiza para receber visitantes, mas cria barreiras para os moradores.
De um lado, a roda-gigante; do outro, o talão de multa.
Até quando o maceioense será tratado como coadjuvante na própria cidade enquanto o turismo recebe prioridade absoluta?
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