Corpo de piloto australiano morto em acidente aéreo em Coruripe é liberado pelo IML

O corpo do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, morto em um acidente aéreo ocorrido em 14 de setembro, em Coruripe, litoral sul de Alagoas, foi liberado pelo Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML), em Maceió.
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (28), o IML informou que a liberação ocorreu após a conclusão dos procedimentos legais. A retirada do corpo foi feita por um representante legal autorizado pela família, com o objetivo de realizar o translado para o país de origem do piloto.
O acidente segue cercado de mistério. No monomotor pilotado por Clark, a Polícia Militar encontrou 198 quilos de cocaína, divididos em pacotes que traziam o falso logotipo da empresa SpaceX.
De acordo com investigações internacionais citadas por veículos como Daily Mail, Bellingcat e The Age, o piloto é apontado como integrante de uma rede de tráfico ligada ao cartel irlandês Kinahan, uma das organizações criminosas mais influentes da Europa.
As reportagens indicam que Clark teria lucrado cerca de R$ 120 milhões com o transporte ilegal de drogas e já era conhecido por realizar voos de alto risco. Além de atuar no tráfico, ele também ocupava cargos de diretor e secretário em empresas de investimento com operações na Austrália e em países africanos.
Fontes ouvidas pelo The Age afirmam que o voo que terminou em tragédia não teria sido o primeiro do piloto na América do Sul. Registros apontam que ele participou de outras operações de tráfico, incluindo missões na Austrália no ano anterior.
Autoridades sul-africanas estimam que Clark tenha realizado até 30 viagens transatlânticas, transportando drogas entre continentes, com lucro total de aproximadamente US$ 22 milhões o equivalente a R$ 120 milhões na cotação atual.
As investigações também apontam ligações do australiano com três membros do cartel Kinahan e com o empresário alemão Oliver Andreas Herrmann, preso após uma operação que apreendeu 200 quilos de cocaína, equipamentos de aviação, óculos de visão noturna e carteiras de criptomoedas em quartos de hotel usados pelo grupo.



