Com contratos milionários de locação e combustível, frota da Prefeitura de Palmeira teria rodado o equivalente a 200 voltas na Terra em 2025

Um levantamento exclusivo do Estadão Alagoas revela que, no decorrer do exercício de 2025, a Prefeitura de Palmeira dos Índios já pagou mais de R$ 3,2 milhões em contratos de locação de veículos, distribuídos entre as secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social e Administração.

Somente na administração da prefeitura responde por cerca de R$ 2,8 milhões desse total, com contratações firmadas junto às empresas I E S da Rocha EIRELE, Ideal Locações e Serviços, Fênix Locação de Automóveis Ltda. e JML dos Santos Locações, pertencentes, respectivamente, a Igor Emmanuel Silva da Rocha, Joselito Baibino da Silva, Matheus Esteves Lima e José Mário Lopes dos Santos.

Paralelamente, o levantamento também mostra que o município já gastou mais de R$ 5 milhões na aquisição de combustíveis entre janeiro e setembro de 2025. Considerando que um carro econômico percorre, em média, 10 quilômetros por litro de gasolina, e que o preço médio nacional do combustível — segundo dados da Petrobras, ANP e CEPEA/USP — é de R$ 6,15, o volume consumido equivale a cerca de 813 mil litros de combustível.

Em termos práticos, essa quantidade seria suficiente para percorrer mais de 200 vezes a circunferência da Terra, o que chama atenção para o elevado consumo de combustíveis pela frota municipal no período.

Nos bastidores, comenta-se que o rombo financeiro da Prefeitura de Palmeira dos Índios já supera até o valor do contrato com a Águas do Sertão — empresa alvo de críticas constantes por falhas no abastecimento, tarifas abusivas e por agravar o caos urbano no município. O Estadão Alagoas, inclusive, está realizando levantamentos detalhados sobre a prestação de contas, buscando esclarecer onde o dinheiro público foi aplicado.

O IGPS é responsável pela contratação de pessoal para a gestão de apoio administrativo das secretarias de Saúde e Assistência Social. Somente com a empresa, a Prefeitura já desembolsou cerca de R$ 20 milhões, além de R$ 54 milhões com a folha de pagamento ao longo de 2025. Esse será o tema de uma próxima matéria exclusiva do Estadão Alagoas, que detalhará os contratos, a origem dos recursos e os impactos sobre as finanças do município.

A denúncia sobre os gastos com locações e combustíveis está sendo encaminhada ao Ministério Público de Alagoas (MPAL), ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL) e à Polícia Federal, para que sejam apuradas possíveis irregularidades no uso dos recursos públicos.

O Estadão Alagoas continuará acompanhando o caso e publicará, em breve, um comparativo detalhado entre os gastos da gestão de Tia Júlia e os de Júlio Cezar, evidenciando a evolução das despesas e o impacto das contratações realizadas em 2025.

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