Laboratório do Poder: Briga no Lopana expõe o velho poder dos sobrenomes em Alagoas

O que seria apenas mais uma confusão de fim de semana em um bar da orla de Maceió virou símbolo de algo muito maior — e mais preocupante. No Lopana, um jovem visivelmente embriagado tentou agredir pessoas e foi contido por um segurança. A cena, comum em estabelecimentos movimentados, ganhou outro peso quando a namorada do rapaz reagiu com uma frase que ecoou. “Você sabe quem é o pai dele? Ele vai matar vocês!”

A frase dispensa explicações. É o retrato cru de uma cultura ainda enraizada em Alagoas, a do poder herdado, do nome que intimida, da ideia de que a lei é flexível para quem tem sobrenome “forte”. O episódio, que circula nas redes sociais, revela que o coronelismo pode ter mudado de roupa, mas continua ditando comportamentos.

O machismo e a impunidade caminham juntos nessa lógica. A criação que ensina o menino a “mandar” e a “não ser contrariado” é a mesma que mais tarde produz o homem agressivo, incapaz de lidar com limites. E quando a sociedade naturaliza o discurso de que certas famílias estão acima da lei, alimenta o ciclo da violência e da desigualdade.

Não se trata apenas de um episódio isolado. É sintoma de um modelo social que insiste em resistir ao tempo. Em pleno 2025, ainda há quem acredite que o poder do pai protege o erro do filho, e que a justiça se curva diante de sobrenomes conhecidos.

Mas que fique claro: ninguém é dono de Alagoas.
O Estado tem lei, e é ela, e só ela, que deve mandar.

E a pergunta que se espalha nas rodas e nas redes não deixa de ter seu peso político:
será que ele é filho de Frederico Evandro? 👀

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