Sheila Duarte não resistiu à perda de espaço após o fim da era Paulão no comando do PT; saída expõe fragilidade do grupo em Palmeira
A vice-prefeita de Palmeira dos Índios, Sheila Duarte, anunciou sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT) após mais de duas décadas de militância. A decisão, embora envolta em palavras de gratidão e serenidade, reflete o esvaziamento político da dirigente depois que o ex-deputado federal Paulão perdeu o comando do diretório estadual da legenda para o deputado Ronaldo Medeiros.
Sheila sempre foi uma figura de confiança de Paulão e teve sua trajetória dentro do PT fortemente vinculada ao deputado federal. Foi ele, inclusive, quem bancou seu nome para compor a chapa de Luísa Júlia na eleição municipal de 2024, decisão que, à época acabou sendo imposta “goela abaixo” em nome da unidade partidária.
Sem o apoio e a influência do ex-líder petista, Sheila viu seu espaço encolher rapidamente dentro da sigla. Mesmo ocupando a vice-prefeitura e tendo o marido, o médico Pedro Paulo Duarte, na presidência do diretório municipal, o casal perdeu força e interlocução com a nova cúpula do partido.
A desfiliação, agora, expõe uma pergunta incômoda: como ficará a relação política de Palmeira dos Índios com o deputado federal Paulão, que ainda mantém bases eleitorais na cidade? A saída de Sheila pode enfraquecer ainda mais a presença do grupo ligado ao ex-deputado no município, e abrir espaço para novas lideranças dentro do PT local.
Enquanto isso, Sheila tenta encerrar o ciclo com um discurso conciliador. “Encerrar um ciclo também é um ato de respeito à própria história”, afirmou em sua nota. A fala soa elegante, mas não esconde a realidade, o ciclo dela no PT terminou junto com o de Paulão no comando estadual.




