Deputado Lelo Maia denuncia suposta “indústria da multa” em Maceió após aumento de 240% nas autuações

O deputado estadual Lelo Maia (União) reacendeu o debate sobre a atuação do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) de Maceió ao denunciar, nas redes sociais, um expressivo crescimento na aplicação de multas e na arrecadação municipal. Segundo dados do Portal da Transparência, entre 2021 e 2024, o valor arrecadado com infrações de trânsito saltou de R$ 8,1 milhões para R$ 27,7 milhões, um aumento de 241,4%. O número de autuações também disparou, passando de 42 mil para mais de 141 mil, crescimento de 237%.

Ano Arrecadação (R$) Multas Estimadas
2021 8.137.611,09 ~41.980
2022 13.554.168,51 ~69.360
2023 15.134.526,09 ~77.260
2024 27.777.282,12 ~141.420

Apenas em agosto de 2025, o DMTT teria registrado mais de 20 mil multas, o que, segundo analistas, pode refletir tanto o aumento da fiscalização quanto falhas na sinalização e orientação do trânsito.


Críticas e acusações

Para Lelo Maia, o foco da política de trânsito em Maceió deixou de ser educativo e tornou-se arrecadatório. “Se fosse para educar, não precisaria de guincho”, escreveu o deputado em tom de crítica. Ele cita casos de motoboys e trabalhadores multados por paradas rápidas e mães que tiveram veículos guinchados próximos a escolas. Segundo ele, o DMTT estaria transformando o sistema em “negócio”, com metas internas de multas e blitz estratégicas.

O parlamentar protocolou na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) um pedido de investigação, solicitando dados sobre autuações, remoções e contratos de guincho, e afirma que levará o caso ao Ministério Público. “A população merece transparência”, declarou.


Confronto com agentes e repercussão

A polêmica ganhou repercussão após o deputado se envolver em um embate com agentes do DMTT durante o guinchamento de um veículo ligado ao seu escritório. O caso foi filmado e viralizou nas redes sociais. Lelo alega que o automóvel realizava transporte legal de clientes e acusou os agentes de abuso de autoridade — chegando a tentar dar voz de prisão a um deles. Ele também afirmou que um servidor teria tentado sacar uma arma durante a confusão.

Enquanto parte da população apoia a postura do deputado, vendo nele um defensor dos motoristas, outros o acusam de extrapolar suas funções e politizar o episódio.

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