Cientistas criam cerveja que deixa “bêbado” sem álcool e sem ressaca


Uma cerveja que relaxa, estimula a sociabilidade e não causa ressaca. A promessa parece boa demais para ser verdade, mas é exatamente o que o neurocientista britânico David Nutt diz ter criado em seu laboratório.

O diretor científico da GABA Labs desenvolveu a primeira cerveja que reproduz a sensação agradável de estar levemente embriagado, mas sem os prejuízos físicos e mentais causados pelo álcool tradicional.

A novidade promete agradar tanto quem busca uma forma mais saudável de socializar quanto as gerações mais jovens, cada vez mais conscientes sobre os riscos do consumo excessivo.

A bebida integra o portfólio da marca SENTIA Spirits, desenvolvida no laboratório da GABA Labs, localizado próximo a Londres, na Inglaterra. O nome da empresa é uma referência ao ácido gama-aminobutírico (ou GABA, em inglês), que é um neurotransmissor que atua no cérebro reduzindo a tensão e favorecendo o relaxamento, mecanismo que o álcool convencional estimula de maneira artificial.

O ponto principal criado por Nutt está justamente nisso: a fórmula das bebidas ativam somente o neurotransmissor, sem interferir em outros sistemas cerebrais conectados à dopamina e endorfina, por exemplo. No caso, essas substâncias podem levar a comportamentos compulsivos, como dependência e ressaca.

Vale destacar que a bebida não mantém o efeito por muito tempo: o relaxamento começa em até 10 minutos após o consumo e some depois de aproximadamente meia hora. Todo o processo ocorre por meio de uma combinação de extratos vegetais que favorecem naturalmente a produção de GABA no cérebro.

A linha de bebidas da empresa ainda é pequena: são apenas duas versões, batizadas de Red e Black. A primeira mistura maracujá, tília e rosa; a segunda combina anis, magnólia, laranja e cardamomo, entre outros ingredientes. Cada garrafa de 500 ml sai por cerca de 30 libras (aproximadamente R$ 221). Por enquanto, não há previsão de chegada da bebida ao Brasil.

Apesar de não conter álcool nem ser identificada pelo bafômetro, a recomendação de não dirigir após beber permanece. O estado de relaxamento provocado pode reduzir os reflexos e comprometer a atenção.

(com Deutsche Welle)

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