Alagoano é investigado por suspeita de intoxicação por metanol em Pernambuco


Um morador de Alagoas está entre os casos investigados pela Secretaria de Saúde de Pernambuco por possível intoxicação causada por metanol presente em bebidas alcoólicas adulteradas. A informação foi confirmada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) durante coletiva de imprensa realizada no Recife, nesta terça-feira (14).

De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica, José Lancart, o estado já registrou 48 notificações de possíveis intoxicações: 45 em Pernambuco, duas em São Paulo e uma em Alagoas. O caso do alagoano segue em análise laboratorial e clínica para confirmação.

A investigação é conduzida em parceria com o Ministério da Saúde e com as polícias civis dos estados envolvidos. Perícias apontaram que amostras de uísque recolhidas apresentavam níveis de metanol até 300 vezes superiores ao permitido, o que pode provocar cegueira e morte em poucas horas após a ingestão.

Três casos foram oficialmente confirmados até o momento, todos na cidade de Lajedo, no Agreste pernambucano:

  • Celso da Silva, 43 anos – morreu em 9 de setembro;

  • Marcelo dos Santos Calado, 32 anos – sobreviveu, mas perdeu a visão;

  • Jonas da Silva Filho – faleceu antes de ser transferido para o hospital.

Durante as investigações, a Polícia Civil prendeu um homem de 40 anos, natural de São Bento do Una, suspeito de comercializar bebidas falsificadas trazidas de São Paulo. Na casa da mãe dele, foram apreendidos mais de 700 litros de bebidas de origem duvidosa.

Segundo o delegado Éverton Bastos, o suspeito já responde por receptação e importação ilegal de cargas. Ele seria responsável por distribuir os produtos adulterados em cidades do interior de Pernambuco.

Outro ponto investigado é a morte de um motorista envolvido no transporte das bebidas, que sofreu um acidente no fim de setembro. As autoridades não descartam ligação entre o acidente e a quadrilha responsável pela adulteração.

A SDS reforçou o alerta para que a população evite o consumo de bebidas sem procedência ou vendidas informalmente, especialmente em regiões próximas à divisa entre Pernambuco e Alagoas, onde há suspeita de circulação de parte da carga contaminada.

As apurações seguem com apoio do Instituto de Criminalística, Polícias Civis e do Ministério da Saúde.

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