Primo denuncia histórico de agressões e pede justiça pela enfermeira morta em Maceió
Familiares da enfermeira Ketyni Maria Gomes da Silva, assassinada no último sábado (11) em Maceió, revelaram que a vítima era constantemente agredida pelo ex-marido, Jeferson Roberto Medeiros dos Santos, que confessou o crime e está preso preventivamente. O caso, investigado como feminicídio, causou grande comoção em todo o estado.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o policial militar Weverton Cavalcante, primo da vítima, desabafou sobre o sofrimento de Ketyni. Segundo ele, as agressões começaram ainda no início do relacionamento, mas a família só tomou conhecimento da gravidade das violências após a tragédia.
“Infelizmente, a minha prima teve a vida ceifada por aquele bandido. Depois do que aconteceu, soubemos que ela já vinha sendo agredida há muito tempo. O filho dela, de 12 anos, contou que presenciou tudo e dizia que o pai não tratava bem a mãe”, relatou o primo, emocionado.
Weverton afirmou ainda que o auto de flagrante aponta indícios de tentativa de violência sexual. De acordo com o documento, o top da vítima foi cortado, o que reforça a suspeita de que Ketyni tenha sido agredida e violentada antes de ser morta.
“Ele não perdeu a cabeça, como disse. Ele agiu com crueldade. Ela estava se reerguendo, tinha terminado o relacionamento, e ele não aceitava isso. Cortou o top dela, tentou violentá-la e depois tirou sua vida”, denunciou.
Crime e prisão
O feminicídio aconteceu na residência da enfermeira, localizada na Rua Manguaba, no bairro de São Jorge, parte alta de Maceió. Segundo as investigações, Jeferson foi até o local na manhã de sábado e asfixiou Ketyni após uma discussão.
Horas depois, o suspeito se apresentou à polícia e confessou o crime. Ele foi encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado em flagrante. A Justiça decretou sua prisão preventiva, decisão assinada pelo juiz Nelson Tenório de Oliveira Neto.
Luto e indignação
Ketyni Maria tinha três filhos — dois meninos, de 2 e 12 anos, e uma menina. A família e amigos lamentaram a perda nas redes sociais e exigem punição exemplar para o assassino.
“Ela era uma mulher alegre, dedicada, trabalhadora e uma mãe maravilhosa. Não merecia esse fim. A gente quer justiça por ela e por todas as mulheres que ainda sofrem caladas”, declarou o primo.
O corpo da enfermeira foi sepultado sob forte comoção. O caso reacendeu o debate sobre o aumento dos casos de feminicídio em Alagoas e a urgência de políticas públicas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica.