Ex-deputado que estuprou a filha de 2 anos de idade é preso em condomínio de luxo
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira (1º), o ex-deputado estadual goiano Iram de Almeida Saraiva Júnior, acusado de estuprar a própria filha, uma criança de apenas dois anos. A detenção ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, após uma investigação que durou cerca de seis meses.
Segundo os investigadores, o inquérito reuniu provas técnicas, depoimentos de testemunhas e uma escuta especial com a criança, elementos que apontaram para a ocorrência do abuso. A denúncia inicial surgiu em março, dentro da creche frequentada pela menina, e foi encaminhada à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
Durante a operação desta quarta-feira, os agentes também apreenderam o celular do ex-parlamentar. Iram Júnior responde ainda a outro inquérito, conduzido pela 16ª DP (Barra da Tijuca), por injúria e perseguição contra a ex-esposa. O caso já foi relatado e encaminhado ao Ministério Público, que pediu novas diligências antes de decidir se oferece ou não denúncia formal.
Trajetória política e herança familiar
Filho do advogado e historiador Iram Saraiva – que exerceu mandatos como vereador, deputado estadual, deputado federal, senador e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) –, o ex-deputado preso acumula cargos importantes na política goiana.
Iram Saraiva (1938–2020) construiu uma longa carreira: vereador em Goiânia em 1972, deputado estadual em 1974, deputado federal em 1978 e reeleito em 1982. Em 1987 tornou-se senador, posteriormente ministro do TCU e chegou a presidir o órgão. Morreu em abril de 2020, após um AVC sofrido durante tratamento contra um câncer em São Paulo.
Seguindo os passos do pai, Iram de Almeida Saraiva Júnior também ocupou cargos de destaque: foi vereador em Goiânia e deputado estadual em Goiás, além de atuar como médico em Niterói (RJ).
Caso de enorme gravidade
O crime imputado ao ex-parlamentar – estupro de vulnerável – é considerado hediondo pela legislação brasileira. A acusação envolve não apenas a violação física, mas uma profunda quebra de confiança e poder familiar. O caso, agora sob análise do Ministério Público, deve seguir com novas diligências antes da apresentação da denúncia.