Quadrilha especializada fraudava concursos em Alagoas com valores de até R$ 500 mil
Uma organização criminosa atuante em Alagoas foi desmantelada pela Polícia Federal (PF) em uma operação realizada na quinta-feira (2). O grupo era especializado em fraudar concursos públicos, oferecendo gabaritos e substituições de candidatos por valores que chegavam a R$ 500 mil.
Como funcionava o esquema
A investigação revelou que a quadrilha tinha acesso antecipado às provas, violando malotes lacrados para fotografar os cadernos de questões. As respostas eram enviadas aos candidatos-clientes horas antes da abertura dos portões, incluindo até mesmo textos prontos para a redação. Além disso, utilizavam “pilotos”, pessoas que se passavam pelos candidatos inscritos mediante o uso de documentos falsos.
Casos específicos identificados
Em uma análise de dados na nuvem de Laís Giselly Nunes de Araújo, uma das peças-chave do grupo, a PF encontrou uma foto da prova do concurso da Polícia Científica de Alagoas (POLC/AL). A candidata inscrita era Anacleide Pereira Feitosa, mas quem realizou o exame foi Mariana Abreu de Andrade Cirilo, utilizando uma CNH falsificada com seus dados fotográficos no documento de Anacleide.
Além disso, diálogos interceptados pela PF revelaram planos futuros da quadrilha em território alagoano. Em uma conversa, o líder Thyago José de Andrade instruiu um “cliente” a se inscrever para o Exame de Ordem e selecionar especificamente a cidade de Arapiraca como local de prova, onde outra pessoa realizaria o teste em seu lugar.
Valores cobrados pelas fraudes
Os valores cobrados pela aprovação variavam conforme o cargo almejado. Para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho no Concurso Nacional Unificado (CNU), o preço chegava a R$ 500 mil. Uma dívida de R$ 400.000,00 pela mesma fraude foi registrada em diálogos. Já para o concurso de Delegado da Polícia Federal, o custo acertado foi de R$ 80.000,00. Os pagamentos eram feitos através de PIX, transferências e até com a entrega de um carro e joias.