Produtores rurais denunciam ameaças e uso político da Funai em Palmeira dos Índios
Em uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (2), convocada pela Câmara Municipal através do vereador Lúcio Carlos, pequenos, médios e grandes produtores rurais de Palmeira dos Índios denunciaram que estão sendo intimidados pela atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) no processo de demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri.
Segundo os agricultores, a entidade tem utilizado matérias de jornais locais como suposta “prova” para justificar decisões judiciais e avançar sobre terras que há décadas são ocupadas e produtivas.
Ameaças e insegurança no campo
Os produtores relatam que a atuação da Funai tem gerado insegurança e prejudicado a produção agrícola. Muitos afirmam que, além de ameaçar a posse das terras, o processo desestimula investimentos e coloca em risco a economia local.
“Essas terras sempre foram trabalhadas por nós. Agora querem deslegitimar anos de esforço usando jornais como prova. Isso coloca em risco nossas famílias e a economia da região”, disse um dos produtores, que preferiu não se identificar.
Uso político da imprensa
Segundo os agricultores, a Funai estaria utilizando reportagens publicadas em veículos locais como argumentos para justificar a demarcação judicial, mesmo que as matérias não reflitam de forma precisa a realidade do campo. Advogados que acompanham o caso afirmam que a prática distorce os fatos e viola direitos constitucionais, colocando os produtores em situação de vulnerabilidade.
Apelo por diálogo
Os produtores reforçam que não são contra os povos indígenas, mas defendem o direito à propriedade e à segurança no campo. Eles pedem que o governo federal e a Funai adotem diálogo transparente e respeitem as famílias que dependem das terras para sobreviver.
“Queremos paz e respeito. Não podemos ser tratados como invasores da nossa própria terra”, afirmou outro agricultor presente à audiência.
Clima de tensão segue na cidade
O caso segue em análise judicial, mas a sensação de insegurança cresce a cada movimentação da Funai. Enquanto isso, produtores e advogados acompanham de perto o processo, na esperança de que prevaleça a justiça e o diálogo, sem prejudicar quem produz e sustenta a economia da região.