Empresa é condenada por obrigar gerente a caminhar sobre brasa quente

Uma empresa de enxovais, identificada como Narciso Enxovais, foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 21ª (TRT-RN) ao pagamento de R$ 50 mil de indenização por danos morais a uma ex-gerente. A decisão veio após a ex-funcionária ser submetida a “tratamento degradante e vexatório durante treinamentos motivacionais promovidos pela empresa”.

Segundo o TRT, a ex-gerente era obrigada a participar de treinamentos e reuniões para cumprir metas estipuladas pela empresa. Durante esses eventos, ela foi submetida a diversas situações humilhantes e degradantes.

Em um dos treinamentos, os gerentes foram obrigados a passar a noite acordados, amarrados uns aos outros, em busca de pistas para um jogo de caça ao tesouro. Durante essa atividade, a ex-funcionária relatou ter ouvido gritos e xingamentos depreciativos sobre seu desempenho.

Outra situação relatada foi um treinamento onde os gerentes ficaram três dias incomunicáveis em uma fazenda do dono da empresa, sendo obrigados a andar descalços sobre brasas quentes e a gritar “fire walker” ao final da caminhada.

Além disso, a ex-gerente mencionou uma atividade em que a equipe era proibida de falar, olhar para os lados ou tocar na encosta da cadeira, sob pena de receber um balde de água na cabeça.

Por fim, em outro treinamento, a ex-funcionária foi obrigada a declamar um poema e foi humilhada pelo dono da empresa por não ter atingido a meta.

A empresa argumentou que não praticava abusos morais, zelando pela ética, bons costumes e sem constrangimentos. No entanto, o juiz responsável pelo caso destacou que as medidas adotadas durante os treinamentos extrapolavam os limites patronais, configurando conduta abusiva.

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