Operação “laranja amarga” deve afastar aliados da família Garrote

Horas após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em Estrela de Alagoas, na residência de secretários, pairou no ar a pergunta de como ficarão os pré-candidatos apoiados pela família Garrote diante de tal escândalo.

A administração progressista está no centro de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira (03) para investigar supostas irregularidades e fraudes em processos licitatórios relacionadas ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), Programa Nacional do Transporte Escolar (Pnate) e ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A deputada apóia em Igaci,  o ex-deputado estadual Edval Gaia Filho (Progressistas), que é pré-candidato pelo grupo situacionista. Em Minador do Negrão, apoia o empresário Josias Aprígio (Progressistas), oposição à atual gestão, e em Maravilha e Poço das Trincheiras, também apoia pré-candidatos. Pré-candidato temem ter o nome vinculado ao escândalo.

Entre oposicionistas, operação da PF ganhou apelido de caso “laranja amarga”, devido aos supostos laranjas que faziam parte do esquema.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Aurantium, que investiga um suposto desvio de aproximadamente R$ 30 milhões em recursos federais da Educação, no município.

Desvios

Segundo a PF, agentes públicos do município de Estrela de Alagoas, em parceria com supostos empresários, contadores e laranjas teriam fraudado uma licitação em 2013. A ilegalidade, segundo a PF, tinha como objetivo justificar a contratação de uma pessoa jurídica inidônea, com suposta sede em Arapiraca (AL), que serviria apenas para emitir notas fiscais frias para acobertar os vultosos desvios de recursos públicos federais, dando a entender que estaria prestando o serviço de locação de veículos e máquinas pesadas. Essa contratação fictícia ocorreu entre 2013 até 2015. Nesse período a empresa contratada teria recebido mais de R$ 12 milhões, dos cofres públicos municipais para, supostamente, realizar o transporte escolar, além de serviços de transporte nas áreas de saúde e administrativa do município.

O serviço, na verdade, era precariamente prestado por particulares do próprio município, que locavam os seus veículos a um custo muito menor que o contratado em veículos impróprios. Somente nesse contrato a Polícia Federal já colheu robustos indícios de que, no mínimo, R$ 10 milhões teriam sido desviados em proveito dos investigados, principalmente através de saques na boca do caixa.

A investigação identificou ainda que, em 2017, também em Estrela de Alagoas, as mesmas ilegalidades foram repetidas em outra licitação. De novo, o objetivo era a contratação de outra empresa também para justificar a emissão de notas fiscais para simular a prestação do serviço de locação de veículos para o transporte escolar e justificar mais desvios de recursos públicos federais.

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