CSE – 1975, Marcelo: Oficial da PM, delegado da cidade, jogador e presidente do clube

                                                                                                                   
                                                                                         Marcelo jogou no CSE em 1974 e 75 (Foto: Revista Placar)

Marcelo foi um jogador de futebol que em Alagoas jogou pelo Guarany do Poço, Ferroviário e CSE de Palmeira dos índios, foi também um policial militar ingressou na PMAL como aspirante e se aposentou como Coronel, por alguns anos desenvolveu as duas atividades simultaneamente e também ao encerrar a carreira de jogador anos depois  foi arbitro de futebol.

O INICIO NO FUTEBOL

Marcelo Ronaldson começou a jogar futebol com  15-16 anos de idade no tradicional Universal do Pai Manu, famoso desportista do passado amante do futebol amador, depois Marcelo teve que se dedicar aos estudos e por oito anos estudou no  Colégio Guido de Fontgalland, posteriormente fez o curso para oficial da PMAL, seu curso foi em uma academia de Recife nos anos de 1967, 1968 e 1969, em 1970 voltou a Maceió como aspirante e  galgou  posto a posto a carreira militar até Coronel, hoje está reformado.

MARCELO E O FUTEBOL PROFISSIONAL

Capitão Marcelo em 1975 na delegacia de Palmeira dos índios (Foto: Revista Placar)

Naquela época um policial militar podia jogar por um clube de futebol profissional, com autorização do comando e sabendo da prioridade do serviço militar sobre o futebol nos casos em que uma  missão coincidia  com o horário do jogo de futebol.

Marcelo  em 1971 com autorização do comando da corporação ingressou no Guarany do Poço aceitando um  convite de Élio Sena, no clube rubro-negro  jogou por dois anos o Campeonato Alagoano profissional, depois por mais duas temporadas defendeu o Ferroviário, atuava no meio campo, como volante ou como meia.

No Guarany jogou bastante, no Ferroviário, um time mas forte, teve poucas oportunidades e na época ocupava  importantes funções na PM que  o impedia de está a disposição do clube nos dias da maioria dos jogos.

Duas formações do Guarany do Poço com Marcelo jogando:

Guarany 1970:  Ademir; Budião, Santana, Beto e Carlos. Marcelo, João Vilela e Edmilson; Chagas, Flávio e Lobinho.

Guarany 1971:  Ademir; Ratinho, Zé Cláudio, João Vilela e Budião; Neno e Zé Gomes; Roberto, Marcelo, Misso e Queiroz.

A CHEGADA EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS

Ainda em 1974 Marcelo foi transferido pelo comando da PMAL para Palmeira dos Índios onde ocupou o cargo de delegado Municipal da cidade, sabendo da sua boa qualidade como futebol, a diretoria do CSE o convidou  a jogar no time de Palmeira,  era jogador e capitão do time, depois passou a ser diretor e até preparador físico em algumas ocasiões, utilizando a famosa física militar, Marcelo era muito respeitado por todos os jogadores, e sempre que problemas ocorriam entre dois atletas costumava chamar os dois para uma “Conversinha”, fora da delegacia é claro, segundo nos falou em uma entrevista que fizemos com o mesmo há uns 12 anos na rádio Correio AM 1200.

MARCELO VIRA PRESIDENTE DO CSE

A Acanhada concentração do CSE em 1974 (Foto: Revista Placar)

Em outubro de 1974 estava havendo um briga interna dentro do clube entre o presidente Jaime Guimarães e opositores.  O Presidente da Federação alagoana de futebol Cleto Marques Luz foi pessoalmente a Palmeira dos índios, procurou Marcelo na delegacia e praticamento o “Obrigou” a assumir a presidência como “Interventor”, unica forma de salvar o CSE que estava prestes a parar e deixar o campeonato pela situação financeira e estas brigas internas, Marcelo aceitou e passou a ser o maior mandatário do clube por quatro meses,

UM GRANDE RESULTADO DO CSE.

No Campeonato Alagoano foi muto comemorado pelo CSE um empate por 0x0 conseguido contra o CSA no Rei Pelé em 1974, Marcelo estava em campo, a partida teve os seguintes detalhes técnicos:

CSA 0x0 CSE

Árbitro – Rubens Cerqueira

CSA – Dida; Espinosa, Valmir, Zé Preta e Valdeci; Maurício, Djair e Ênio; Jorge Nunes (Milton), Misso e Ricardo.

CSE – Horrara, Tonho Leite (Dada), Lau, Pinto e Everaldo; Aranha, Marcelo e Paulo (Nilson). Tuta, Marcos Balroada e Biu.

Era difícil escapar de derrotas para CSA e CRB, no ano seguinte por exemplo o CSA venceu ao CSE no estádio Rei Pelé por 12×0, Marcelo já não estava no clube, por este motivo o 0x0 de 1974  foi um excelente resultado.

FALTA DE TEMPO PARA TREINAR

Marcelo só podia treinar as sextas e sábados por conta do trabalho militar e viveu situações curiosas, certa vez teve de deixar em Palmeira dos índios um jogo no intervalo pois foi avisado por um soldado de um caso grave que estava ocorrendo naquele instante em Palmeira de Fora, um distrito de Palmeira dos Índios, vestiu a farda, pegou a arma, embarcou na viatura que o veio pegar  e partir de sirene ligada para resolver o problema.

REPERCUSSÃO NACIONAL

O Fato de Marcelo ser ao mesmo tempo no CSE, presidente, diretor, preparador físico, jogador e capitão do time, e ainda ser oficial da policia militar e  delegado da cidade,  fez o fato ser noticiado até  fora de Alagoas, a revista placar fez uma matéria a respeito. e algumas  rádios e programas de TV do sul do Pais mencionaram o fato, mas a titulo de “Folclore e curiosidades” do futebol alagoano.

Anos depois de parar de jogar, Marcelo fez o curso de arbitragem e foi também árbitro da Federação Alagoana de Futebol, é irmão de Marlon Reinoldson, um ex-jogador que também ingressou na arbitragem alagoana.

MARCELO HOJE

Marcelo em 2019 com seus netos (Foto: Arquivo da família)

Marcelo Ronaldson Nascimento Costa, nasceu no dia 14 de junho de 1946, tem hoje 73 anos de idade, vive bem  e  com a consciência  tranquila do dever cumprido, foi um eficiente oficial da Policia Militar de Alagoas  servindo por décadas a sociedade alagoana no combate ao crime e no servir  a população, na área esportiva  prestou seus serviços também ao futebol alagoano como jogador, dirigente e como árbitro, sempre pautando sua conduta dentro da desportividade e nunca misturando as duas profissões.

Com a bola no pé, ou com a arma na mão, veio para servir e serviu dando sempre o melhor de si.

Não ficou famoso como os grandes craques da historia de CSA e CRB, mas ocupa hoje seu devido lugar na historia  futebol alagoano.

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