Garoto de 12 anos confessa morte de menina em parque em SP, diz polícia

Um garoto de 12 anos admitiu ter matado a menina Raíssa Eloá Capareli Dadona, 9, no último domingo (29), segundo a polícia.

A garota estava com sua mãe em uma festa no CEU (Centro de Educação Unificada) Anhanguera, na região de Perus, na zona norte de São Paulo, à tarde, quando desapareceu. Seu corpo foi encontrado pouco mais de uma hora depois, amarrado a uma árvore no parque, a cerca de 3,5 km de distância do local da festa.

O garoto de 12 anos foi quem comunicou à direção do parque ter localizado o corpo da menina. Em depoimentos à polícia entre domingo e segunda-feira (30), deu ao menos três versões diferentes para o ocorrido.

Inicialmente, afirmou aos policiais que pretendia cortar caminho por dentro do parque, quando encontrou o corpo de Raíssa. Após essa versão, ele teria confessado à mãe, em casa, que matara a menina.

No dia seguinte, em novo depoimento à polícia, afirmou que um homem de bicicleta o obrigou a entrar no parque com Raíssa, e que assistiu ao assassinato.

Nesta terça-feira (1º), mais uma vez confrontado com imagens de uma câmera de segurança que mostram Raíssa andando de mãos dadas com um menino com características semelhantes às suas pela estrada de Perus, que liga o CEU ao parque, o garoto disse à polícia ter matado a menina.

Ele está internado provisoriamente desde a madrugada desta terça-feira em uma unidade da Fundação Casa.

Em depoimento, de acordo com a polícia, o garoto afirmou que brincou com a menina antes de matá-la.

Segundo o delegado Luiz Eduardo Marturano, o menino afirmou que foi caminhando com a vítima do CEU até o parque. Lá, segundo o policial, o menino afirmou que teria brincado com Raíssa e, em seguida, a agredido com socos no rosto.

“Depois, ele disse que a empurrou contra uma árvore, a amarrou [na região do pescoço] e a agrediu novamente”, afirmou o delegado, que disse ainda que a menina foi amarrada à árvore ainda consciente, com um tipo de fio.

O menino, segundo o policial, usou um pedaço de madeira para espancar a garota depois. O objeto, no entanto, ainda não foi localizado. Quando foi encontrada, a menina apresentava ferimentos no rosto “dificultando, inclusive, a sua identificação por reconhecimento fotográfico”, segundo trecho de documento policial.

A cerca de 50 metros de onde Raíssa estava, a polícia achou um par de chinelos e um pano vermelho. A menina tinha ainda uma meia masculina amarrada no braço.

A investigação não sabe o que motivou o crime. A polícia investiga agora se o garoto planejou o ato.

De acordo com a apuração policial, o menino estava com Raíssa na fila do pula-pula quando a mãe dela foi comprar pipoca. Um parente da menina também afirma que os dois se conheciam havia cerca de seis meses.

Segundo um primo de Raíssa, o mercadólogo Luís Caparelli, 29, Raíssa e o menino se aproximaram quando ela começou a frequentar cultos de uma igreja evangélica com a mãe no bairro do Morro Doce, na zona norte de São Paulo, onde moravam.

“Meu irmão acompanhava mais a Raíssa. Ele me falou que o menino abordava minha prima em encontros da igreja”, afirmou. Além de morarem próximos, os dois também estudavam na mesma escola.

Raíssa fazia acompanhamento havia cerca de um ano por ter transtorno do espectro autista, e demorava a confiar em estranhos, segundo afirmou uma tia. “Ela não conseguia se socializar, era muito difícil ela confiar nas pessoas, era bem retraída”, diz. “Entretanto, era uma garota dócil”, disse Rosmari Capareli.

O menino, segundo relatos, teria um histórico de comportamentos violentos contra meninas, mas não contra outros garotos.

Maturano afirmou que, após colher o depoimento do menino, na segunda, ficou emocionado. “É uma tragédia para a família da menina, uma criança especial [ela tem transtorno do espectro autista], e para a do garoto”, disse.

Fonte: Folhapress

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