Olho Vivo: Câmara de Palmeira funciona como extensão do Executivo?

Na posse da nova Mesa Diretora da Câmara de Palmeira dos Índios, encabeçada pelo novo presidente, Agenor Leôncio, ocorrida na tarde desta terça, 1º, aconteceram fatos inusitados.

É que três dos quinze vereadores, que mantém cargos diretos em secretarias na prefeitura, afirmaram estar a  disposição da prefeitura até o último dia de mandato.

Ainda na cerimônia de posse, o prefeito Julio Cezar antes de transmitir o cargo para o vice, Márcio Henrique, chegou a afirmar que o ex-presidente da Câmara, Júnior Miranda, assumirá um cargo de confiança em sua gestão.

É dado como certo, a saída da esposa de Miranda, Alcineide Nascimento, que atualmente ocupa a pasta da Educação. Seria um prêmio de consolação?

A vereadora Adelaide França, detém há mais de dez anos a Secretaria de Meio Ambiente do município e também afirmou por diversas vezes durante seus discursos acerca da eleição da Mesa Diretora, que seu voto seria “do prefeito”.

Já a vereadora Joelma Toledo, emplacou o esposo, Pedro Alberto na secretaria de Articulação, e até agora não se sabe a que veio.

Para que foram eleitos????

Em geral, a “união” se dá por dentro de bons empregos e bons salários.

A questão de parlamentares indicar cargos, é condenável, porque ele passa a ser participante do Executivo. Isso abala a relação de autonomia entre os poderes, porque quando o vereador indica um secretário, um diretor de órgão qualquer, na prática quebra essa relação, na medida em que se fica preso ao Executivo. O vereador sabe que se contrariar o prefeito seus cargos serão retirados. E JC já demonstrou o quanto vingativo é!

Estava demorando a aparecer o pretexto para a velha cantilena de que precisa união entre os poderes para o crescimento da cidade. Pior que isso é tratado como se fosse uma coisa normal.

Até mesmo assessores do Executivo, pretendem arrancar sua fatia no Legislativo. Como pode servir a dois poderes?

O poder anda colado ao oportunismo, e Palmeira dos Índios meio que caiu na clandestinidade onde a disputa por poder não tem limites!

O dever de um vereador

A divisão de poderes classicamente adotada no Brasil foi criada para fundamentar sobre como seria uma organização política liberal. E cada um dos poderes tem autonomia para exercer o seu papel e liberdade para fiscalizar os outros poderes.

O poder executivo é responsável por administrar, realizar políticas públicas que sejam de interesse da população e aplicar as leis. O legislativo tem como função ordenar e criar leis, além de julgar e fiscalizar as políticas do Poder Executivo.

Conhecido por sua atuação como fiscalizador, vereadores não podem, nem devem se submeter aos interesses de outros poderes. Acabam pe­can­do, quando alguns se alinham numa relação com o Executivo e ficam omissos nesse dever de fiscalizar.

A Câmara de Palmeira dos Índios pode fazer bem mais, desde que os vereadores não se submetam aos desejos da Prefeitura. Há uma incompreensão de como se deve comportar o poder legislativo.

Não é questão de direito, e sim de dever!

O Le­gislativo tem o dever de fiscalizar se as políticas públicas estão sendo aplicadas adequadamente, se o dinheiro público está sendo bem gasto e onde está sendo aplicado.

Trapaça entre os poderes e assemelhados é assunto de estrito interesse dos “salteadores”, que só discordam sobre qual o melhor caminho para espoliar o que de fato é de interesse do povo palmeirense. Imaginar que os arrufos entre eles expressam pudores democráticos ou é autoengano ou tentativa de empulhar a boa fé do povo palmeirense.

Judas! Judas! Judas!

Desaprovação

Atualmente, o prefeito Julio Cezar,  é um gestor mal avaliado pela população, só não enxerga quem não quer. Mesmo assim consegue ter uma maioria na Câmara, ainda meio que oscilante.

O maior pecado, é vereadores eleitos para defender interesses do povo, defender com “sinceridade” uma administração que beira o abismo.

O que enfraquece o prefeito é sua fragilidade política perante a sociedade, a ausência de consistência em suas promessas, mas do ponto de vista do “toma lá, dá cá” ele está administrando bem, porque infelizmente foi essa a relação que o gestor estabeleceu e sempre priorizou, a “troca de favores e presentes”, e não uma relação de projetos para a cidade.

Existem vereadores que resvalam à beira do ridículo! A posição da Câmara deve ser de independência.

É preciso colocar os óculos do tempo para ler O Príncipe, de Nicolau Maquiavel na qual detalha como um governante pode chegar e se manter no poder. Muita humildade também é necessário para se manter no tão almejado poder.

“A um ‘príncipe’ é necessário ter o povo ao seu lado”..

Ao povo, mais atenção!

 

 

 

 

 

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