Família e amigos celebram missa de 7º dia do cantor Belchior em Fortaleza

Familiares e amigos do cantor e compositor Belchior se reuniram nesta segunda-feira (8) para celebrar a missa de 7º dia do cearense. O ato foi feito na Igreja Cristo Rei, no Bairro Aldeota, em Fortaleza.

Belchior foi encontrado morto em casa no dia 30 de abril, em Santa Cruz do Sul (RS), aos 70 anos. Ele vivia na cidade de 126 mil habitantes do Vale do Rio Pardo, a cerca de 150 km de Porto Alegre, com a mulher, que o encontrou morto.

Ela disse à polícia que Belchior não tinha problemas de saúde nem tomava medicamentos. Ele se sentiu mal na noite de sábado, se queixou de muito frio à esposa e disse que ia descansar no sofá da sala, onde ele costumava ficar para fazer suas composições, segundo vizinhos.

Mais de 8 mil pessoas se despediram de Belchior no Teatro São João, em Sobral, cidade natal do cantor, e no hall do teatro do Centro Cultural Dragão do Mar, no Bairro Praia de Iracema, em Fortaleza, entre as 8 horas de segunda-feira (1º) até cerca de 7h de terça (2).

Após a missa de corpo presente, o corpo foi levado em um carro do corpo de Bombeiros ao cemitério, onde foi sepultado. A missa foi celebrada no palco do anfiteatro do Centro Cultural, enquanto o público fez orações na arquibancada.

Obras inéditas de Belchior

Segundo amigos, o artista vivia há quatro anos em Santa Cruz do Sul – dos quais cerca de dois anos na casa onde morreu, cedida por um amigo. Belchior continuava compondo, embora não tivesse planos de fazer shows ou gravar discos, e traduzia suas canções e a obra de Dante Alighieri.

Vida e obra

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes – “um dos maiores nomes da música popular”, como brincava ao se apresentar – nasceu em 26 de outubro de 1946 e foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com quase 40 anos de carreira. (veja no vídeo acima homenagens de artistas ao cantor).

Na infância no Ceará, Belchior estudou piano e música coral, e trabalhou no rádio em sua cidade natal. Seu pai tocava flauta e saxofone, e sua mãe cantava em coro de igreja. Mudou-se em 1962 para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Também chegou a estudar medicina, mas abandonou o curso em 1971 para se dedicar à música.

Começou apresentando-se em festivais pelo Nordeste e teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado de Fagner, com a faixa “Mucuripe”. Depois do sucesso da canção, mudou-se para São Paulo, onde compôs trilhas sonoras para filmes e passou a fazer shows maiores e aparições em programas de televisão.

Em 1974, lançou seu primeiro disco, “A palo seco”, cuja música título se tornou sucesso nacional e ganhou versões ao longo da história, como a de Oswaldo Montenegro e da banda Los Hermanos.

Com o disco “Alucinação” (1976), lançou clássicos como as faixas “Apenas um rapaz latino-americano”, “Velha roupa colorida” e “Como nossos pais” – essa última se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina, que foi uma das maiores intérpretes das composições de Belchior. Além de “Como nossos pais”, gravou “Mucuripe”, “Apenas um rapaz latino-americano” e “Velha roupa colorida”.

Outros artistas também regravaram sucessos de Belchior, entre eles Roberto Carlos (“Mucuripe”) e Erasmo Carlos (“Paralelas”), Engenheiros do Hawaii (“Alucinação”), Wanderléa (“Paralelas”) e Jair Rodrigues (“Galos, noites e quintais”).

Em 1982, o cantor lançou “Paraíso”, que tem participações dos então jovens artistas Guilherme Arantes, Ednardo Nunes, Jorge Mautner e Arnaldo Antunes. Fundou sua própria gravadora e produtora, a Paraíso Discos, em 1983. Ao longo da carreira, Belchior teve mais de 20 discos lançados.

 

 

Fonte: G1

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