Hermeto Pascoal é o único brasileiro indicado em “álbuns essenciais” dos 100 anos do Jazz

1
Crédito: Reprodução

Na comemoração dos 100 anos do surgimento do Jazz, no dia 26 de fevereiro de 1917, pelo Original Dixieland Jazz Band, foram lançados dez álbuns essenciais na história do gênero.

O único brasileiro apontado à frente de um dos “albúns” é o alagoano Hermeto Paschoal. Ele lançou seu disco Slave Mass (Missa dos Escravos), gravado em 1977, em Nova York, pela Warner.

 

Hermeto Pascoal foi apontado pelo crítico da música, Carlos Calado, no jornal Valor Econômico de São Paulo sobre o centenário do Jazz. O artista também foi citado por outros críticos como Zuza Homem de Mello e João Marcos Coelho.

O “bruxo de Alagoas”, é considerado um gênio por mesclar jazz em forma de ritmos do Sertão.

Veja abaixo o álbum:

Biografia

Hermeto Pascoal, 80 anos (em 22 de junho), nasceu em Olho d’Água e foi criado em Lagoa da Canoa, no Agreste alagoano.

Com a cabeça e o coração cheio de música, Hermeto saiu da sua terra para expandir os horizontes. Numa primeira etapa, antes do eixo Rio-SP, passou oito anos em Pernambuco, casou em 1954 com Ilza da Silva, com quem viveu 46 anos e teve seis filhos: Jorge, Fábio, Flávia, Fátima, Fabiula e Flávio.

Os sons da natureza o fascinaram desde pequeno. A partir de um cano de mamona de gerimum (abóbora), fazia um pífano e ficava tocando para os passarinhos. Ao ir para a lagoa, passava horas tocando com a água. O que sobrava de material do seu avô ferreiro, ele pendurava num varal e ficava tirando sons. Até o acordeão de 8 baixos de seu pai, de sete para oito anos, ele resolveu experimentar e não parou mais. Dessa forma, passou a tocar com seu irmão mais velho José Neto, em forrós e festas de casamento, revezando-se com ele no acordeão e no pandeiro.

Mudou-se para o Recife em 1950, e foi para a Rádio Tamandaré. De lá, logo foi convidado, com a ajuda de Sivuca (acordeonista conhecido), para integrar a Rádio Jornal do Commercio, onde José Neto já estava. Formaram o trio “O Mundo Pegando Fogo“, segundo Hermeto, ele e seu irmão estavam apenas começando a tocar acordeão, ou seja, eles só tocavam o acordeão de 8 baixos até então.

Porém, por não querer tocar pandeiro e sim acordeão, foi mandado para a Rádio Difusora de Caruaru, como refugo, pelo diretor da Rádio Jornal do Commercio, o qual disse-lhe que “não dava para música”. Ficou nessa rádio em torno de três anos. Quando Sivuca passou por lá, fez muitos elogios sobre o Hermeto ao diretor dessa rádio, o Luis Torres, e Hermeto, por conta disso, logo voltou para a Rádio Jornal do Comercio, em Pernambuco, ganhando o que havia pedido, a convite da mesma pessoa que o tinha mandado embora. Ali, em 1954, casou-se com Ilza da Silva, com quem viveu 46 anos e teve seis filhos: Jorge, Fabio, Flávia, Fátima, Fabiula e Flávio. Foi nessa época também que descobriu o piano, a partir de um convite do guitarrista Heraldo do Monte, para tocar na Boate Delfim Verde. Dali, foi para João Pessoa, onde ficou quase um ano tocando na Orquestra Tabajara, do maestro Gomes.

Em 1958, mudou-se para o Rio de Janeiro para tocar acordeão no Regional de Pernambuco do Pandeiro (na Rádio Mauá) e, em seguida, piano no conjunto e na boate do violinista Fafá Lemos e, em seguida, no conjunto do Maestro Copinha (flautista e saxofonista), no Hotel Excelsior.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *