Após África e Venezuela, casal vai atuar na Bahia pelo ‘Mais Médicos’

Mais MédicosAngela Zunila ingressou no programa “Mais Médicos” junto com o marido, com quem já trabalhou também na Africa do Sul e na Venezuela, ajudando família carentes. Os dois vão atuar na cidade de Canarana, na região centro-oeste, e integram a equipe de 230 novos profissionais de cubanos que serão deslocados para 112 dos 417 municípios baianos.

Nesta quinta-feira (13), eles foram recebidos pelo governador Jaques Wagner em uma cerimônia que encerrou a semana de acolhimento do terceiro ciclo do programa. Desde que chegaram, os médicos participaram de atividades, conheceram as políticas de saúde e foram treinados para o uso de tecnologia na área.

“É um prazer ficar na Bahia. Eu trabahei na África do Sul e na Venezuela. Para todos os médicos cubanos, o que vem primeiramente é a humanidade. Quero ajudar o povo brasileiro a melhorar a saúde do povo. Vamos ficar aqui por três anos e temos um mês de férias a cada semestre para ver a família em Cuba. Temos um filho de três anos que deixamos com o avô só para estar no programa. O Brasil tem bons médicos, mas eles ficam retidos nas capitais, não querem ir para as zonas rurais”, afirmou a médica cubana, em um discurso comum também com os demais colegas.

Outra novata, Aidé Manzo da Silva tem dois filhos, uma jovem de 22 anos e um menino de 14 anos, que ficaram sob os cuidados dos avós em Cuba. Ela vai atuar na cidade de Cafarnaum.

“O programa é muito bom, decidi participar para ajudar o povo brasileiro. Meus filhos sentem saudade, mas ficam contentes. É a segunda vez que nos separemos por conta do trabalho. Antes de vir para cá, eu estava longe deles trabalhando na Venezuela”, disse.

Jaques Wagner entregou jalecos simbólicos a dois dos médicos da safra. Prefeitos de diversos municípios encontraram os profissionais escalados para as cidades e detalharam a situação da saúde desses locais.

Os médicos vão passar por cursos de especialização na área de saúde da família, fornecidos pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O governador se mostrou contente com o reforço de mais profissionais que vão atuar em diversas regiões do estado e ressaltou o fato de que os médicos brasileiros não atuam nas localidades mais carentes.

“A média baiana de médicos por mil habitantes é de um e o recomendado pela Organização Mundial de Saúde é, pelo menos, dois. São médicos que têm uma cabeça voltada para a saúde da família e com uma dedicação grande. Então foi acertado que, enquanto a gente não amplia o número de faculdades de medicina para formar médicos para atuar na area de saúde da família, é importante ter profissionais como esses, do programa Mais Médicos, para reforçar o atendimento na saúde pública”, comentou.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Washington Couto, ao todo, 1.100 profissionais do programa atuam na Bahia, atendendo a cerca de quatro milhões de pessoas. Na avaliação de Couto, o programa ajuda a garantir o acesso à saúde básica. Pesquisas realizadas nos locais já beneficiados apontam que cerca de 80% das pessoas consideram o programa ótimo ou bom, informa o gestor.

 

Fonte: G1

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