Prefeitura de Palmeira dos Índios gastou mais de R$ 45 milhões em contratos de veículos e combustível entre 2021 e 2024

Um levantamento realizado pela equipe do Estadão Alagoas revela que, entre 2021 e 2024 — período correspondente à gestão do ex-prefeito Júlio Cezar, sucedido pela atual prefeita Luísa Julia — a Prefeitura de Palmeira dos Índios empenhou mais de R$ 45 milhões em despesas com aluguel de veículos e combustível. Os dados chamam atenção pela dimensão dos valores e pela falta de transparência quanto ao uso efetivo desses serviços.

R$ 22,4 milhões em veículos alugados

De acordo com as informações analisadas, a gestão municipal destinou R$ 22,4 milhões a contratos de locação de veículos. Moradores ouvidos pela reportagem afirmam que a frota contratada não condiz com a presença de automóveis oficialmente vinculados ao serviço público circulando pelas ruas, o que levanta questionamentos sobre a aplicação dos recursos.

R$ 23,1 milhões em combustível

No mesmo período, a despesa com combustível alcançou R$ 23,1 milhões. A falta de clareza sobre o destino dessa quantidade de combustível também gera dúvidas, já que a população não percebe, na prática, a atuação correspondente de veículos a serviço do município.

Investigação sobre R$ 100 milhões da venda da Casal

Paralelamente, o Estadão Alagoas realiza outro levantamento referente ao destino dos R$ 100 milhões recebidos pela Prefeitura de Palmeira dos Índios após a venda da Casal para a empresa Conasa. O montante deveria ter sido aplicado em melhorias estruturais na cidade, mas, segundo denúncias e relatos de moradores, o resultado foi o oposto do esperado.

Moradores afirmam que, após o início das obras realizadas pela Conasa, a cidade se deteriorou, com ruas abertas, buracos que se multiplicaram, longos períodos de interrupção no trânsito e intervenções que se estendem sem prazo claro para conclusão. Para a população, o dinheiro que deveria ter impulsionado o desenvolvimento acabou se transformando em transtornos diários e prejuízos ao funcionamento da cidade.

Em entrevistas, há quem diga que os recursos “acabaram servindo para que a empresa deixasse a cidade em situação crítica”, diante do impacto negativo das obras no dia a dia dos moradores. As queixas se concentram na falta de planejamento, na ausência de comunicação com a população e na paralisação frequente de trechos das obras.

O Estadão Alagoas segue apurando documentos, contratos e responsabilidades para esclarecer como os recursos foram aplicados e quais ações deveriam ter sido executadas com o montante recebido.

Relatório em fase final

A equipe do Estadão Alagoas está concluindo um dossiê detalhado contendo números, documentos e contratos referentes às despesas e receitas analisadas dos R$100 milhões. O material será divulgado nos próximos dias.

A expectativa é que a publicação do relatório abra novos desdobramentos e esclareça pontos ainda obscuros sobre a gestão dos recursos públicos municipais. Para em seguida apresentar aos órgãos competentes.

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