Após colocar unhas em gel, jovem é diagnosticada em hospital de AL com infecção rara e grave no coração

Febre, dor de cabeça intensa e mal-estar constante. Esses foram os sintomas que levaram uma jovem de 20 anos a procurar atendimento médico em diferentes unidades de saúde de Alagoas. As suspeitas iniciais variaram entre enxaqueca e meningite, mas o quadro só foi esclarecido quando ela chegou ao Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), referência estadual em média e alta complexidade.
Após avaliação e exames realizados pela equipe multidisciplinar, os profissionais observaram uma infecção nas unhas, acompanhada de escurecimento da pele. Em conversa com a equipe, a jovem relatou que, dias antes de sentir os primeiros sintomas, havia ido a uma manicure para colocar unhas em gel.
A partir dessa informação, os médicos seguiram com a investigação e confirmaram o diagnóstico: endocardite infecciosa, uma infecção grave que atinge o endocárdio — a camada interna do coração. A porta de entrada para a bactéria foi o procedimento estético realizado sem os devidos cuidados de esterilização.
De acordo com a médica Thays A’vila, o caso serve de alerta. “A endocardite infecciosa ocorre quando microrganismos, como bactérias, entram na corrente sanguínea e se instalam no coração. Isso pode acontecer a partir de pequenas feridas na pele ou mucosas. No caso dessa paciente, a infecção teve origem em um procedimento estético feito sem a adequada esterilização dos materiais”, explica a médica.
A endocardite infecciosa é uma doença rara, mas potencialmente grave. Entre os principais sintomas estão febre persistente, fadiga, calafrios, dor muscular e manchas na pele. O tratamento exige internação hospitalar e uso de antibióticos por tempo prolongado — e, em alguns casos, pode ser necessária cirurgia cardíaca.
Thays A’vila reforça a importância da prevenção. “É fundamental que a população tenha atenção redobrada com os locais onde realiza procedimentos estéticos, como manicure, pedicure, colocação de unhas ou depilação. Os instrumentos precisam ser autoclavados — ou seja, esterilizados em alta temperatura — para eliminar qualquer risco de contaminação. Pequenos descuidos podem levar a infecções graves”, alerta.
A jovem segue em tratamento e passa bem, sob acompanhamento da equipe médica do Hospital Metropolitano. Por pedido dela e dos familiares, a identidade foi preservada. O caso chama a atenção para um hábito cotidiano que, se não for acompanhado de cuidado e higiene, pode trazer sérias consequências à saúde.



