Opinião: O que farão os novos prefeitos

1No próximo dia 1º de janeiro de 2017, mais de 5500 novos prefeitos tomarão posse. Todos os candidatos que serão eleitos ou reeleitos no próximo fim de semana, sem exceção, estão prometendo, em suas campanhas, a solução de todos os problemas.

Depois de eleitos e antes mesmo da posse, os que tiveram mídia já terão dito que imaginavam a dificuldade. Após a posse, a maioria já dirá ter certeza de que não cumprirá suas promessas fáceis. Mas isso é uma retórica de um modelo distorcido e arcaico de fazer política: ou promete tudo, numa fantasia enlouquecida e escancaradamente mentirosa, ou, com um discurso mais realista, não se elege nem para síndico.

Administrar é priorizar. Uma das principais prioridades deveria ser firmarem um pacto para extinguirem o analfabetismo funcional em quatro anos de gestão. Pode não ser possível, mas deveriam tentar, já que se trata de um problema de difícil solução, em relação ao qual vários programas nem chegaram perto de resolver.

Há uns 40 anos criaram o chamado Mobral, Movimento Brasileiro de Alfabetização. Depois, o MOVA, Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos, EJA, Educação de Jovens e Adultos; além de muitos outros discursos e promessas.

Deveriam estabelecer metas claras, plausíveis e tentar cumpri-las. Cada prefeito tem um secretário e uma equipe de educação para isso. Nenhuma medida para valer, visando qualificar os professores para melhorar a qualidade do ensino, é colocada em prática. Colocar computadores públicos em todos os bairros e vilas se faz imperioso. Existem algumas iniciativas esparsas, que não geram resultados concretos.

Sem projetos mirabolantes, deveriam criar políticas de arborização das cidades, vilarejos, e de estradas nas áreas rurais. Poderiam fornecer mudas adequadas aos solos, ficando o proprietário do imóvel responsável por zelar e proteger as árvores.

Na área da saúde, toda prefeitura deveria contratar ao menos um urologista, um ginecologista para exames preliminares, que desafogariam os centros médicos das cidades maiores. Pequenos postos de atendimento deveriam ser instalados nos vilarejos, com ambulância disponível para transportar as emergências, não permitindo a utilização desses carros para subir e descer com diretores e funcionários. Muitas são mais usadas para isso do que para conduzirem os doentes. Fechar-se-ia o ciclo de medidas simples com a contratação de dentistas para orientação de cuidados preventivos.

Também deveriam desenvolver campanha de forma permanente, a fim de cobrar de moradores e de comerciantes que mantenham suas calçadas e meios-fios totalmente limpos; sem papel de bala, sem borrachas de chiclete, sem bitucas.  Exigir das escolas que orientem os alunos sobre atos do dia a dia, como o respeito às regras de trânsito, a alimentação adequada, a ingestão suficiente de líquido e outros comportamentos.

Entre essas e tantas outras medidas, também deveriam instituir oficialmente torneios de esportes diversos. Alguns no âmbito das escolas, outros em vilas e distritos, até se chegar a nível municipal, com premiação financeira. Outras competições mais amplas, num espaço de tempo maior, de esportes como vôlei, natação, futebol, dama, tênis de quadra e de mesa, xadrez e outros. Tudo de forma simples e prática.

 

 

Pedro Cardoso da Costa-Bacharel em Direito

 

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