DIS diz que vai até o fim contra Neymar; pena máxima é de 8 anos de prisão

5Neymar, o pai e a mãe do jogador e dirigentes de Barcelona e Santos serão julgados por corrupção e estelionato no processo que transita em Madri, na Espanha, no qual o fundo de investimento DIS questiona o valor recebido em maio de 2013, quando o atacante deixou o clube paulista e foi para o catalão, cuja condenação máxima é oito anos.

O processo estava arquivado e foi reaberto após a DIS recorrer. A empresa, que tinha 40% dos direitos econômicos do jogador quando ele deixou o Santos, havia sofrido uma derrota na decisão de primeira instância – o juiz considerou que, apesar de o contrato ter irregularidades, não havia elementos suficientes para confiigurar como crime.

“Nós recorremos para defender nossos direitos. Quando o jogador recebeu 10 milhões de euros em 2011, antes de jogar a final do Mundial de Clubes, com a promessa de receber mais 30 milhões de euros quando a ida ao Barcelona fosse concretizada, ele acabou frustrando a livre concorrência, frustrando o livre mercado de direito de venda. E lesou a DIS, que sofreu um dano significativo”, explicou à ESPN o advogado da DIS, Paulo Nasser.

E com base nesse raciocínio que a DIS recorreu na Justiça para reativar o processo. O Tribunal de Madri levou em conta o pedido do fundo de investimento e deve marcar o julgamento entre o final deste ano e o início do próximo.

“O Tribunal levou em consideração que há sim indícios para julgar o jogador pelos crimes de corrupção privado e estelionato por contrato simulado. Não apenas os jogadores, mas o pai e a mãe dele, o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rossel, o atual presidente, José Maria Bartomeu, e Odílio Rodrigues, que era o presidente em exercício do Santos. Todos eles estão citados no processo movido pela DIS”, disse Nasser.

Segundo o advogado da DIS, a pena máxima prevista na Espanha para o caso que será julgado é de oito anos de prisão. O fundo de investimento promete ir até o fim.

“Quando houve o arquivamento do processo em primeira instância houve a sensação de que o caso estava encerrado. Mas os direitos da DIS e da FAAP [Federação das Associações de Atletas Profissionais], nossas clientes, foram violados de forma grave”, disse o advogado.

O CASO REABERTO

A decisão de reabrir o processo atendeu a um recurso do Ministério Público espanhol em conjunto com a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) e o grupo de investidores DIS, que tinha direito a 40% do valor dos direitos econômicos do jogador.

A Audiência Nacional avaliou em primeiro lugar dois contratos assinados em 15 de novembro e 6 de dezembro de 2011 para tomar conhecimento das condições de transferência do jogador e concluiu que há indícios de corrupção.

Por meio do primeiro contrato, o Barcelona se comprometeu a pagar um total de 40 milhões de euros pela transferência e a dar a Neymar um salário de 36,1 milhões em cinco anos, tudo isso a partir de 2014, ano no qual o jogador deixaria de estar vinculado ao Santos e quando o grupo DIS já não teria direitos sobre o atacante.

O segundo documento consistiu em um falso contrato de empréstimo pelo qual o Barcelona repassou a Neymar 10 milhões de euros, mas, segundo o promotor do caso, José Perals, a quantia seria, na realidade, uma antecipação para garantir a contratação.

O tribunal entendeu que o Barcelona fez um acordo com Neymar e a N&N Consultoria, empresa dos pais do atacante, para contratar o jogador por 40 milhões de euros.

BARCELONA E NEYMAR

O Barcelona se manifestou na última sexta-feira sobre a reabertura do processo e lamentou. “O FC Barcelona manterá as teses que sempre defendeu ao longo do processo e demonstrará a inocência de todos os investigados”, diz o comunicado do clube.

Neymar, por sua vez, não se posicionou. A reportagem encaminhou na noite de sexta-feira uma mensagem para a assessoria do jogador. Mas não obteve resposta.

 

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