Cisternas minimizam efeitos da seca em Alagoas

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Com alternativas simples, o Programa Água para Todos, vem mudando a realidade de vida de diversas famílias alagoanas que sofriam com a escassez de água para a produção. De acordo com o gestor do programa pela Secretaria de Estado e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), Moisés Leandro, a construção de barragens subterrâneas, por exemplo, que garantem água para a produção é uma destas alternativas que traz vantagens significativas.

“Anteriormente, todas as tentativas por parte de diversas instituições de possibilitar o acesso dos agricultores à água, estavam relacionadas a grandes obras, construção de açudes e outros meios. No Água para Todos, são medidas simples, como a construção de barragens e tanques de pedras, que garantem o acúmulo de água, para a produção, em um reservatório, construído de acordo com as condições do ambiente, e sem grandes impactos ambientais. Otimizamos tempo e recurso com essa praticidade e ainda asseguramos a possibilidade de usá-la facilmente em outras propriedades”, disse Moisés.

Com investimentos que ultrapassam os R$ 43 milhões, o programa é desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Seagri, e o Governo Federal, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A ideia é garantir água para o consumo e para a produção, em pequena escala, aos agricultores familiares e permitir assim, melhor qualidade de vida às famílias.

São beneficiados 15 municípios do Alto Sertão e do Agreste alagoano. Cada barragem subterrânea custa pouco mais de R$ 9 mil, as cisternas de placas, voltadas para o consumo, cerca de R$ 2 mil e as cisternas calçadão, que servem para a plantação e criação de animais, em torno de R$ 8 mil.

 

Como funciona

Segundo o técnico Claudeilson Araújo, do Movimento Minha Terra, que coordena as ações das obras do programa em alguns municípios, a barragem subterrânea tratam-se de uma tecnologia alternativa de captação e armazenamento da água de chuva no solo.

“Elas são instaladas em locais estratégicos do terreno, onde escorre o maior volume de água no momento da chuva. Para construir, é escavada uma vala perpendicular ao sentido da descida das águas até a profundidade onde se encontra a camada mais endurecida do solo. Dentro da vala, estende-se uma lona grossa. Após o plástico estendido, a vala volta a ser fechada com a terra. O plástico impermeável barra o escorrimento da água da chuva, provoca a sua infiltração no solo, o que reduz a evaporação. A umidade do solo se prolonga por mais tempo”, explicou.

Pelo programa estão sendo construídas oito mil unidades de tecnologias de acesso a água – cisternas, de 1ª e de 2ª água, tanques de pedras e barragens subterrâneas. Ao todo serão 220 barragens subterrâneas construídas. Este tipo de tecnologia de acesso à água tem enchido de expectativa os beneficiados pelo programa.

 

Produzir mais

 

Dona Aparecida da Silva, de Lagoa da Canoa, conta que pretende produzir mais, com a implantação desta barragem. Ela quer produzir alimentos como horticultura, fruticultura e raízes para dividir com seus sete filhos. “No verão seca tudo aqui e com essa barragem vou conseguir garantir alimentos para minha família e alimentos saudáveis produzidos por mim”, disse a agricultora.

A barragem de dona Aparecida tem 32 metros de comprimento, mas Moisés Leandro conta que não existe um padrão para as construções destas barragens. Cada uma é construída de acordo com as condições do terreno e do tamanho da propriedade.

Segundo ele, cada agricultor que é beneficiado com este tipo de tecnologia, especificamente, tem ainda como incentivo R$ 1 mil em insumos e/ou equipamentos para fortalecer sua atividade produtiva.

“Isso é importante no programa porque não estamos aqui construindo apenas uma obra. Temos que deixar, ainda, um incentivo para a atividade produtiva deles e num trabalho integrado com outros programas da Seagri, vamos direcionar este incentivo de acordo com a aptidão de cada família. Por exemplo, se percebemos que um beneficiado tem mais aptidão para trabalhar com horta, vamos direcionar este recurso na implantação de kit de irrigação; se outro, já tem afinidade com criação de ovinos, vamos criar uma ação para este tipo de produção e assim, sucessivamente”, destacou o coordenador.

 

Assistência técnica

 

Os beneficiados do Programa Água para Todos recebem também capacitações e assistência técnica para a implementação dos reservatórios.  Serão beneficiados os municípios de Água Branca, Arapiraca, Coité do Nóia, Lagoa da Canoa, Traipu, Girau do Ponciano, Craíbas, Estrela de Alagoas, Palmeira dos Índios, Igací, Delmiro Gouveia, Inhapi, Pariconha, Piranhas e Olho D’Água do Casado.

“Eu quero é água, muita água para dar mais qualidade de vida a minha família. Quero produzir e melhorar meu dia-a-dia de trabalho. Antes eu tinha que pagar por água e com este programa não…”, disse a produtora Maria Salete.

Seu Adálio Cordeiro, também de Lagoa da Canoa, foi beneficiado com cisrtenas de 1ª água e 2ª água, pelo programa e diz que tem planos para melhorar ainda mais a produção. “Eu não tinha como reservar água. Aí chegou a cisterna de primeira água, depois a de segunda e agora tenho como aumentar a produção e me dedicar mais. Em junho, já quero estar com uma horta aqui produzindo bem e fazendo mais o que for preciso”, disse o agricultor Adálio.

“Sentimos orgulho do nosso trabalho, quando ouvimos as pessoas beneficiadas pelos programas da nossa secretaria. Agradeço ao governador Teotonio Vilela e ao vice, Thomaz Nonô, pela confiança no nosso trabalho e pelo reconhecimento que têm na agricultura enquanto ferramenta de transformação social. Sem a visão destes gestores e sem o comprometimento da nossa equipe, não conseguiríamos muito”, destacou o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho Júnior.

 

Isis Correia

 

 

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