Caso Daniel Houly: Tânia Medeiros é inocentada pelo Tribunal do Juri

miniaturaA médica Tânia Eliane Medeiros Houly foi inocentada, por maioria dos votos, pelo Tribunal do Júri, na noite desta sexta-feira (21), no processo em que era acusada de matar o também médico e ex-deputado arapiraquense Daniel Houly, há 15 anos. O julgamento, que aconteceu no auditório da Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal), no Farol, começou pela manhã e terminou por volta das 23h. Dos sete jurados, quatro votaram a favor da absolvição da médica e três se posicionaram contra.

O promotor de Justiça Flávio Gomes recorreu contra a decisão. De acordo com o membro do Ministério Público Estadual, a decisão foi de encontro às provas técnicas que constam nos autos do processo. “A decisão foi manifestamente contrária às provas dos autos”, disse o promotor.

Durante o julgamento, o advogado de defesa de Tânia, José Fragoso, sustentou a tese de que o médico se suicidou e não houve crime. “Na realidade o disparo foi efetuado por ele, não houve crime. Tânia tentou salvar a vida dele a todo instante, o socorreu, e a filha dela vem para reforçar o depoimento da mãe, pois estava presente no dia do fato”, disse Fragoso.

Liana Medeiros, médica e filha de Tânia Medeiros, reforçou que Daniel Houly teria cometido suicídio e que teria acontecido luta corporal de Tânia com o marido, na tentativa de evitar que ele se matasse. “Não existe nada que comprove que minha mãe matou o doutor Daniel. Esperamos que o júri esteja predisposto para escutar a verdade sobre o fato. São 15 anos de dor e difamação”, disse Liana.

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A filha de Tânia Medeiros contou ainda o que sabia sobre o que aconteceu em 1999, ano da morte. “Eu estava na sala e o doutor Daniel no quarto, com minha mãe. Ela o viu com a arma e tentou evitar que ele se matasse, mas ele acabou disparando a atingindo a própria perna. Prestamos os primeiros socorros, fizemos torniquete para conter a hemorragia, o levamos ao hospital, onde ele disse aos médicos que não queria ser socorrido, que queria morrer. Ele sofria de depressão”, disse Liana.

No julgamento

Familiares da acusada vestiam camisetas com a frase “Fazer justiça não é condenar inocente”. José Medeiros Neto, filho de Tânia Medeiros, disse que Daniel Houly informou para a equipe médica do Samu que queria morrer. “A hemorragia na perna foi muito grande e minha irmã e minha mãe fizeram de tudo para que dr. Daniel fosse salvo porque esse tipo de hemorragia é grave e requer rapidez no socorro. Ele estava consciente, conversou com a equipe médica do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), e disse que queria morrer e em nenhum momento ele acusou minha mãe”, relatou.

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Parentes e amigos do vereador morto trajavam camisas durante o julgamento com a mensagem “A impunidade gera violência”. A sobrinha de Daniel Houly, Juliana Pacífico Houly, disse que o júri foi uma vitória para a família. “Há 15 anos ela [Tânia Medeiros] recorria do processo, mas o Ministério Público decidiu levá-la a julgamento e esse júri é uma vitória para todos nós da família. Os laudos comprovam que meu tio foi assassinado e que o tiro que o matou foi a longa distância. Queremos justiça”, afirmou Juliana Houly.

No início da manhã, foram ouvidos peritos do Instituto de Criminalística à época, que assinaram os laudos, José Geraldo Barros, Ailton Carlos Lima Villanova e Jorge Ferreira da Silva. O julgamento foi presidido pelo magistrado Edivaldo Landeosi e realizado no auditório da Esmal, que esteve lotado durante todo o dia com familiares e amigos das duas famílias. O processo tem mais de mil páginas.

Com informações do Alagoas24horas

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